Sambista ‘El Pavuna’ lança seu primeiro álbum com participação de Jorge Aragão
Principal nome da ‘Feirinha da Pavuna’, roda de samba do bairro onde nasceu e cresceu, jovem sambista revelado no Beco do Rato desponta com álbum recheado de músicas autorais
Principal nome na roda de samba “Feirinha do Pavuna“, que acontece no bairro da Zona Norte carioca, o jovem cantor e compositor El Pavuna lançou seu primeiro álbum nesta quinta-feira, Dia Nacional do Samba. Com repertório majoritariamente autoral e participação especial de Jorge Aragão, e arranjos e produção de ninguém menos que Wilson Prateado, “Vide o Céu da Zona Norte às Cinco e Meia” já está disponível nos aplicativos de música. O show de lançamento acontece dia 15 de dezembro, no Beco do Rato, na Lapa, com participações especiais de Teresa Cristina, Will Freitas e Cassiana Pérola Negra.
CLIQUE E OUÇA O ÁLBUM ‘VIDE O CÉU DA ZONA NORTE ÀS CINCO E MEIA’
O título do álbum faz referência ao momento mágico que faz parte de quem vive na Zona Norte do Rio. “Normalmente, para quem presta atenção, em dias de céu aberto e limpo, especialmente no alto dos mirantes localizados em comunidades da Zona Norte do Rio de Janeiro, como a Pavuna, pode-se observar a luz mais bonita, a que reflete mais cores – e isso acontece por volta das cinco e meia. Da manhã e da tarde”.
A capa do álbum também explora essa luz, esse momento especial, representando o primeiro registro oficial maduro de El Pavuna e que sempre tingiu seus caminhos no trajeto da Pavuna, extremo Norte da cidade, passando pela Lapa e pelo Centro, até chegar à Zona Sul. “Cinco e meia da tarde é hora de sair para tocar. Cinco e meia da manhã é hora de voltar para casa. E tudo mais que acontece neste intervalo é SAMBA”. Toda essa poesia e atmosfera estão presentes na faixa “Senhor do Tempo“.
O nome artístico vem do bairro da Pavuna, onde nasceu e foi criado. Também é por lá que ele mensalmente realiza uma roda de samba gratuita intitulada “Feirinha do Pavuna”, que já faz parte do calendário local. Em seu primeiro álbum, “Vide o Céu da Zona Norte às Cinco e Meia”, o jovem cantor e compositor traz um enredo escrito, narrado e cantado sobre suas próprias memórias, referências, escolhas e vontades.
El Pavuna foi revelado no projeto “Aos Novos Compositores“, criado em 2015 e que acontece quinzenalmente no Beco do Rato, na Lapa. Daí que surgiu a ideia de convidar Jorge Aragão, nome consagrado desde a fundação do Grupo Fundo de Quintal, para dividir com ele a faixa que batiza o coletivo e foi composta por Arlindo Cruz, Acyr Marques e Chiquinho Vírgula. A faixa é como um pedido de benção para sua aproximação com os bambas. Aquela boa e velha atitude de respeito, tradicionalmente praticada por aqueles que “estão chegando” com aqueles que “já chegaram”. Aragão é uma das maiores influências de El Pavuna, chegando a ser citado na letra de uma de suas canções.
Dentre suas composições, destacam-se o samba de partido alto, pautado pela alegria, pela brincadeira e pelo bom humor; e o samba canção, declamado e bem romântico, com refrãos que conseguem tocar fundo nos corações. Um bom exemplo é a faixa “O Amor Não Vai Morrer”, um samba romântico, escolhido para apresentar o compositor, que traz aquela aura de hit, com refrão em coro engrossado e notas melódicas bem marcantes. Daquelas canções feitas para lembrar de alguém.
El Pavuna diz que ouvia muito os grupos de pagode que fizeram sucesso nos anos 90 e essa é uma referência bastante presente em suas músicas. Entretanto, o artista também tem outras referências musicais. Dentre as releituras, temos “O Vencedor”, de Marcelo Camelo, sucesso gravado da banda Los Hermanos, e “O Couro Vai Comer”, composição de Carica e Prateado, gravada pelo Grupo Sensação.