Luiza Brina faz show no Festival Levada, na Tijuca: ‘O Rio é muito especial’
Mineira apresenta seu terceiro disco, ‘Tenho saudade mas já passou’, no Centro da Música Carioca
Mineira e com um carinho especial pelo Rio de Janeiro, a cantora e compositora Luiza Brina se apresenta nesta quinta-feira (8) seu terceiro disco, ‘Tenho saudade mas já passou‘ em terras cariocas. Revelada na banda Graveola e o Lixo Polifônico, Luiza é multi-instrumentista e arranjadora com dois discos solo na bagagem, os bons ‘A toada vem é pelo vento‘ (2012) e ‘Tão tá‘ (2017) e mostra sua obra mais direta em show no Festival Levada, no Centro da Música Carioca, na Tijuca (confira a programação completa). ‘Tenho saudade mas já passou’ celebra parcerias com Ronaldo Bastos, integrante do Clube da Esquina, César Lacerda, que também produziu o álbum, Ceumar, Thiago Amud, Brisa Marques, Gustavito Amaral e Julia Branco. Além de Lacerda (em ‘De cara’), participam Lay e Lio Soares, da banda Tuyo, e Fernanda Takai, em ‘Quero cantar’ e ‘Acorda para ver o sol’, respectivamente.
Em entrevista à Pitaya Cultural, Luiza comentou sobre o fazer do disco, o minimalismo que permeia as canções e sua relação com a cidade. Batemos um papo com a artista por telefone logo depois de um ensaio com a banda da apresentação.
Como você despertou para a música?
Tenho duas avós pianistas, o interesse começou ali. Quando eu visitava as minhas avós, pedia que elas me ensinassem piano. Elas começaram a me ensinar e aí fui desenvolvendo com a música. Minha mãe também estudava violão e piano e começou em casa de uma maneira leve. Tinha muita vontade de aprender. Fui dando continuidade conforme fui crescendo.
Você é multi-instrumentista. Essa foi seu primeiro instrumento?
O primeiro foi o piano, mas sempre tive vontade de estudar violão por causa das canções. Conforme ia evoluindo na música, vi que o violão era uma possibilidade de eu me acompanhar, de cantar junto. Aos 11 anos comecei a estudar violão, é o instrumento que sou mais familiarizada. Acho que no violão você “se vê”.
Como foi a gênese do ‘Tenho saudade mas já passou’?
Me mudei para São Paulo no ano passado e fui dividir apartamento como César Lacerda. A gente conversava sobre canções e desejos profissionais, mas eu estava em uma crise de fazer música, estava realmente com dificuldades de criação. E aí o César foi me instigando a fazer música e comecei esse processo. Nós íamos elaborando coisas a respeito de produção e isso foi me inspirando. Naturalmente entendemos que o processo de fazer o disco começou a partir daí.
Em um repertório basicamente autoral, com parcerias, por quê regravar ‘Queremos saber’, do Gilberto Gil?
O Gil é uma grande influência, sempre foi muito presente na minha música. Eu tive um momento em que me peguei apaixonada pelas músicas, comecei a tirar as canções todas e o Gil é um dos melhores autores de voz e violão, sabe? Ele tem essa coisa da performance, de criar arranjo, e me encanta muito a maneira como ele escreve. A coisa do misturar muitos temas como política, amor, espiritualidade, ficção…e ‘Queremos saber’ eu já tocava em rodinha de violão (risos). E aí eventualmente surgiu essa ideia de ter essa regravação.
Alguma razão específica da escolha? É sua música preferida do Gil?
(Ri) Não, não. Mas é uma das preferidas. Acho essa música muito especial, ela dialoga muito com o momento que a gente está vivendo politicamente.
Esse disco tem uma abordagem mais minimalista, direta. Fale sobre isso.
O ‘Tenho saudade mas já passou‘ é o disco mais diferente da minha carreira. Antes eu tinha o Liquidificador, que me acompanhava. E, como a banda era grande, eu escrevia arranjos para quartetos de sopros, violoncelos…ali a instrumentação era uma característica importante. Acho que agora a canção ocupa um lugar mais importante, antes de arranjos e da instrumentação.
Como é tocar no Rio?
Sou apaixonada pelo Rio, é um lugar muito especial. Morei no Rio de 2009 a 2012. Entrei para a faculdade em 2006, em Belo Horizonte, e aí fiz a mobilidade acadêmica e acabei alongando por um ano para ficar mais (risos). E aí teve isso, não consegui mais ir embora por esse tempo. Eu gosto muito da energia da cidade, acho que existe uma simpatia natural entre cariocas e mineiros.
Pode adiantar como será o show de lançamento?
O repertório será composto principalmente por músicas do ‘Tenho saudade…’ mas com algumas surpresas do meu primeiro e segundo discos.
A foto da postagem é de Nadja Kouchi / Divulgação
Serviço – Luiza Brina no Festival Levada
Dia: 08 de agosto, às 20h
Local: Centro da Música Carioca – Rua Conde de Bonfim, 824 – Tijuca
Ingressos: R$ 20 | R$ 10 (meia-entrada para estudantes, idosos, deficientes, menores de 21, professores do município do RJ). Vendas na bilheteria da casa, somente em dinheiro.
Lotação: 159 + 2 (cadeirantes)