Grupo Corpo e Gilberto Gil: a combinação perfeita
Apresentação reúne músicas de sucesso, mas com novos arranjos produzidos pelo cantor. Confira a nossa resenha!
Grupo Corpo e Gilberto Gil no Theatro Municipal do Rio de Janeiro lotado: a combinação não poderia ser melhor. Um encontro de duas potências das artes, em um dos berços da cultura carioca. De um lado, uma das principais companhias de dança contemporânea do Brasil. De outro, canções inesquecíveis de um dos maiores nomes da música brasileira, mas com novos arranjos produzidos pelo próprio cantor.
Inspirado em rituais afro-brasileiros, o espetáculo Gil é forte, intenso e, ao mesmo tempo, delicado. Com passos característicos do Grupo Corpo, as coreografias são bem marcadas e reforçam a potência de Gilberto Gil. A apresentação reúne sucessos do cantor, como Toda menina baiana, Sítio do Picapau Amarelo e Aquele abraço.
Os novos arranjos estão longe de deixar a trilha sonora irreconhecível. Pelo contrário. Um dos momentos mais emocionantes foi o medley de Andar com fé e Sítio do Picapau Amarelo, que começou com um solo de um dos bailarinos. Vale destacar que, somado às coreografias de Rodrigo Pederneiras, a iluminação dá o tom do espetáculo.
As luzes são bem colocadas durante a apresentação e praticamente dançam com o grupo. Amarelo, o cenário minimalista também reforça essa alma solar de Gil e evidencia os bailarinos, que mesclam coreografias solo, em trio ou com o conjunto completo.
No Rio de Janeiro, o público pode ver uma dupla apresentação. Antes de começar Gil, o Grupo Corpo incluiu Sete ou oito peças para um ballet. Montada inicialmente em 1994, a apresentação tem trilha sonora de Philip Glass e Uakti.
Desde o dia 7 de agosto, o Grupo Corpo já passou pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. Em 2 e 3 de novembro, a companhia se apresenta em Porto Alegre. Gil é mais do que um ode a Gilberto Gil, é uma reverência às artes do país, que, mais do que nunca, precisam e merecem visibilidade.
Avaliação: Excelente