Musical ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’ volta ao Rio para nova temporada

 em artes, música

Sucesso de público e crítica, Suassuna – O Auto do Reino do Sol volta nesta sexta-feira (16) ao Rio no Teatro Carlos Gomes, no Centro da cidade. O musical faz uma homenagem ao escritor e dramaturgo passeando pelo seu universo e conta com canções inéditas de Chico César, Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, tendo no elenco a arrebatadora companhia Barca dos Corações Partidos, que estiveram em Gonzagão – A Lenda’, ‘Ópera do Malandro’ e ‘Auê’. A direção é de Luís Carlos Vasconcelos e texto de Braulio Tavares.

ATUALIZAÇÃO: A sessão desta sexta-feira (16) foi cancelada por problemas técnicos na iluminação do teatro. O musical acontece normalmente neste sábado e domingo. “Para não comprometer a experiência do público ao assistir o musical sem a qualidade adequada, a produção se viu obrigada a adiar a apresentação desta noite. Os que já adquiriram ingressos para hoje poderão trocar na bilheteria do teatro. Pedimos desculpas pelo transtorno e aguardamos todos vocês a partir de amanhã. Sarau Agência de Cultura e Barca dos Corações Partidos.”

A produção fica por conta de Andrea Alves, da Sarau Agência, que juntou três paraibanos, conterrâneos de Ariano Suassuna, para montar a peça: Chico César, Luís Carlos Vasconcelos e texto de Braulio Tavares. Seguindo a bandeira defendida pelo escritor, os três criaram um espetáculo totalmente inédito e inspirado no legado deixado por Suassuna.

O premiadíssimo musical, que já passou por  12 cidades do Brasil, ganhou três prêmios Shell na última quarta-feira. As estatuetas foram para Alfredo Del-Penho, Beto Lemos e Chico César (Melhor Direção Musical), Kika Lopes e Heloisa Stockler (Melhor Figurino) e Braulio levou como melhor autor.

O texto e as canções do musical foram produzidos durante os ensaios, quando o elenco fez uma série de oficinas circenses e também excursionou pelo Nordeste brasileiro no que foi chamado de “Circuito Ariano Suassuna”.

“Suassuna – O Auto do Reino do Sol” traz na essência uma série de características de seu grande homenageado (Divulgação)

Durante este período, Bráulio Tavares idealizou a história central da montagem, centrada em uma trupe de circo-teatro e nos acontecimentos de uma noite de apresentação do grupo. O picadeiro de um circo foi definido como o cenário perfeito para aparecerem personagens de Ariano, como João Grilo e Chicó — de ‘O Auto da Compadecida’ , além de servir como pano de fundo para as histórias dos integrantes da companhia fictícia.

O projeto tem o objetivo de falar de Ariano, mas sem apresentar um espetáculo biográfico ou uma adaptação de suas obras. “Quando entrei na história, já estava decidido que não seria um espetáculo Armorial e que teríamos a liberdade de subverter, de trazer o Ariano de outras formas. A criação foi toda impregnada de Ariano, de seus personagens e de seu universo”, diz Luís Carlos Vasconcellos, que trouxe toda a sua bagagem como palhaço para o processo. “É uma homenagem ao Ariano palhaço. O público é guiado por uma espécie de Palhaço Mestre de Cerimônias, como era habitual em seu teatro”, revela.

A parte musical também segue o mesmo caminho. Os textos poéticos e as letras musicadas usam as formas tradicionais de poesia popular que foram cultivadas por Ariano, como a sextilha, a décima, o martelo e o galope. Chico César fazia melodias e algumas letras de improviso, enquanto outras se encaixavam perfeitamente no texto. A maioria das letras foram feitas por Braulio Tavares, mas também há muitas canções de Beto Lemos e Alfredo Del Penho — que dividem a direção musical com Chico — e de outros integrantes da companhia, como Ádren Alves e Renato Luciano.

“Contaminação foi a palavra que definiu todo este projeto. As melodias foram contaminadas pelas letras e vice-versa. Criamos algo novo, mas totalmente contaminado por Ariano”, analisa Chico César, a quem o escritor chegou a dedicar um livro de poesias.

Cena de “Suassuna O Auto do Reino do Sol” (Divulgação / Annelize Tozetto)

Confira a sinopse

Sertão da Paraíba. Época: mais ou menos atual, mas sem menção ao resto do Brasil, nem às tecnologias modernas. Um Circo-Teatro viaja pelo Sertão, parando em cada cidade e distrito para uma noitada. O Circo pertence a Mademoiselle Sultana, astróloga, bailarina, clarividente, consultora tântrica e micro-empresária. A principal atração do Circo é o seu grupo de jovens atores e artistas: são eles Mosquito, Chico de Rosa, Escaramuça, Poeta León e Cabantõe. Além dos números habituais de malabarismo, etc., eles encenam quadros, esquetes e entremezes de grande sucesso junto ao público do Sertão. Cantam músicas, sozinhos ou em grupo, recitam, fazem números de gracejo ou de habilidades.

Eles se dirigem agora a Taperoá, na Paraíba, onde devem encenar um espetáculo nas festividades em homenagem ao “poeta Ariano Suassuna”. Na estrada, eles cruzam com bandos de retirantes. Ficam sabendo que além de estar havendo uma seca braba na região, duas famílias tradicionais estão em pé de guerra uma contra a outra, e todo dia tem tiroteio em algum lugar dali. De um lado, há a família Fortunato, de criadores de gado, e do outro o Major Antonio Moraes, o implacável comerciante de minérios que aparece no “Auto da Comparecida” e que é o vilão principal no “Romance da Pedra do Reino” e em “As Infâncias de Quaderna”.

A viagem vai mostrando os ensaios dos entremezes que a trupe está montando. Neles aparecem cenas entre Dom Quixote e Sancho Pança, ou entre duplas de palhaços, fazendo de vez em quando uma menção aos perigos que correm. Nas estradas, aumenta o número de retirantes que estão indo para um lugar que eles chamam O Soturno. A trupe vive muitas aventuras, até chegar em Taperoá, onde finalmente encena a grande homenagem.

Serviço

Suassuna – O Auto do Reino do Sol

Local:Teatro Carlos Gomes (Praça Tiradentes, s/n, Centro do Rio)

Datas:18 de março a 15 de abril

Horários:Quinta a sábado, às 19h; Aos domingos às 18h

Duração:120 minutos

Classificação:12 anos

Ingressos:A partir de R$ 15 (meia), na bilheteria do teatro e online através do siteTicket Mais

Dias 05 e 06 de abril não haverá sessões no Rio.

Dias 31 de março, 7 e 14 de abril, sessões extras às 16h

Ficha Técnica

Uma encenação de Luiz Carlos Vasconcelos

Texto:Bráulio Tavares

Música:Chico César, Beto Lemos e Alfredo Del Penho

Idealização e Direção de Produção:Andrea Alves

Com a Cia. Barca dos Corações Partidos:Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Beto Lemos, Fábio Enriquez, Eduardo Rios, Renato Luciano e Ricca Barros.

Atriz convidada:Rebeca Jamir

Artistas convidados:Chris Mourão e Pedro Aune

Cenografia:Sérgio Marimba

Iluminação:Renato Machado

Figurinos:Kika Lopes e Heloisa Stockler

Design de som:Gabriel D’Angelo

Assistente de direção:Vanessa Garcia

Coordenação de Produção:Leila Maria Moreno

Produção Executiva:Rafael Lydio

Duração:120 minutos

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