Por que ‘Homem-Aranha: No Aranhaverso’ é o melhor filme da franquia

 em cinema e tv

Animação da Sony Pictures alia boa história com técnica e homenageia grandes momentos do herói mais querido da Marvel

Talvez o título tenha te assustado, mas pode acreditar: Homem-Aranha: No Aranhaverso é o melhor filme da franquia do herói mais querido da Marvel. A saga do aracnídeo nos cinemas divide opiniões. Os dois primeiros filmes de Sam Raimi, estrelados por Tobey Maguire e Kirsten Dunst, são considerados clássicos entre os fãs, mas o terceiro longa é um desastre — o que ‘mancha’ a reputação da trilogia. As duas produções dirigidas por Marc Webb são medianas, com poucos bons momentos, e se tornaram facilmente esquecíveis.

Homem-Aranha: De Volta ao Lar, apostou na renovação e entregou um bom resultado, com uma continuação (e outros filmes) já garantidos. Nenhum dos filmes citados, no entanto, atinge o patamar da animação dirigida pelo trio Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, que acerta na mosca ao mesclar a linguagem das histórias em quadrinhos em uma animação fluida, com diversas homenagens aos responsáveis por dar vida ao Amigo da Vizinhança (prepare o coração para a cena com Stan Lee) e conversa com públicos de todas as idades.

Não é um filme exclusivamente para crianças, mas Homem-Aranha: No Aranhaverso jamais subestima a inteligência dos pequenos. Ao mesmo tempo, os adultos e adolescentes fãs do personagem certamente vão abrir muitos sorrisos com velhas e novas situações, que se tornam imediatamente familiares. A trama acompanha o adolescente Miles Morales, figurinha fácil no Universo Ultimate das HQs, que junta forças com Peter Parker, o Homem-Aranha clássico, para impedir um plano do Rei do Crime de acabar com o mundo.

Contar mais da história seria um desserviço. A interação com os outros personagens do Aranhaverso acontece sem atropelos e cada um tem seu espaço para brilhar, com destaque para a dupla central e para a Mulher-Aranha de Gwen Stacy. A animação utiliza técnicas mistas e o resultado impressiona. Peni Parker, do futuro, o Homem-Aranha Noir e o Porco-Aranha são construídos na estética do anime, sombreamento e desenho animado, respectivamente, e o resultado é muito acima da média para produções deste tipo. As indicações e prêmios que o filme vem conquistando não são mero hype.

Quem lê pode pensar: ‘Mas é possível, então, uma animação ser comparada a um filme tradicional e superá-lá?’. Os tradicionalistas podem torcer o nariz para a comparação, mas não podem ignorar o que Homem-Aranha: No Aranhaverso tem. Tudo funciona com excelência porque a história é bem contada, com boas doses de humor, ação (as cenas de luta são verdadeiramente empolgantes), nostalgia e inteligência. Quem é fã, vai vibrar. Quem não é, sairá mais que satisfeito — não esqueça de ficar para a cena pós-créditos, certamente a melhor de todo o Universo Marvel até aqui. Um combo quase imbatível, que nenhuma das produções do Teioso conseguiu alcançar.

Avaliação: Excelente

 

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