Sétima edição da Festa Literária das Periferias (Flup) celebra negritude
Para mostrar a força do negro, dois grandes personagens são os homenageados deste ano: Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista brasileira – nordestina e negra; e Martinho da Vila, que completa 80 anos em 2018
A sétima edição da Festa Literária das Periferias (Flup) 2018, que começou na terça-feira e acontece até domingo, tem como tema este ano a negritude e o palco é a Biblioteca Parque, localizada na região onde ficava a antiga Praça Liberdade, na “Pequena África” do Rio. Na tarde desta quinta-feira, nós da Pitaya Culturalfaremos storiesno nosso Instagram direto da Flup 2018. Não perca.
E para mostrar a força do negro, dois grandes personagens são os homenageados deste ano: Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista brasileira – nordestina e negra; e Martinho da Vila, que completa 80 anos em 2018, definido pela Flup como “uma encruzilhada”.
“O samba, a escola de samba, a cerveja no botequim, as esquinas dos subúrbios e favelas, a negritude, a literatura, as kizombas, andanças e festanças. Martinho é referência para muitas de nossas possibilidades de existência. Ele ainda é um ponto de conexão com a ancestralidade, uma ponte entre Brasil e África construída de palavras e melodias”, diz o texto sobre o homenageado.
Já Maria Firmina, filha de escravos, desafiou a intelectualidade masculina e branca em pleno fim do fim do século 19 com seu único livro, “Úrsula”, de 1859, no qual fazia duras críticas à escravidão. A professora abolicionista – primeira mulher aprovada em concurso público no Maranhão – também foi responsável pela primeira escola pública para meninos e meninas. Sua luta teve um preço: morreu aos 89 anos pobre, cega e sem reconhecimento devido na época. A homenagem da Flup visa resgatar sua obra e legado.
Ao longo de toda a festa passarão mais de 80 escritores, poetas e debatedores nacionais e internacionais. A Flup se divide entre mesas de debates, batalhas de poesias faladas – disputa nacional e internacional, e encontros literários.
Alguns destaques ficam por conta da mesa artística formada porGilberto Gile cantoraLiniker, nesta quinta-feira, às 16h, que vai discutir a música brasileira como forma de transgressão da juventude. A mediação é da pesquisadora Heloísa Buarque de Hollanda.
Na sexta-feira, a escritoraDjamila Ribeiro, que concorre aoprêmio Jabuti2018 com o livro “O que é lugar de fala?” na categoria Humanidades, participa da mesa “Nossos passos vêm de longe”, junto com Tom Farias e Ungulani Ba Ka Khosa, e mediação de Thiago Ansel. O encontro debate o resgate dos três convidados da ancestralidade negra. Djamila também será tema da mesa “Feminismos plurais”.
No domingo, há a mesa “Primeira pessoa”, com escritores ativistas Ana Paula Lisboa, Spartakus Santiago e Renê Silva. Em debate o uso de suas próprias narrativas para ajudar outros jovens de favelas a rasgarem as cortinas da invisibilidade. A programação completa você encontra AQUI