‘Homecoming’ enaltece potência de Beyoncé

 em música

Documentário da Netflix mostra shows históricos no Coachella e bastidores da apresentação

Homecoming mostra que Beyoncé é um dos principais fenômenos do mundo. Dirigido pela própria cantora, o documentário da Netflix exibe os dois dias de shows históricos da artista no Coachella, em 2018, e mescla imagens dos bastidores. Sua alta performance nos palcos, tanto na voz quanto na dança, já é conhecida por todos. No entanto, o filme destaca a potência da artista em ser uma figura de representatividade para mulheres e, principalmente, negras.

Os shows, que são construídos no documentário como um só, devem ser analisados sob diferentes perspectivas. Desde 1999, Beyoncé foi a primeira mulher negra a se apresentar no Coachella, e esse fato é de grande relevância para a comunidade negra norte-americana. A apresentação é intensa, detalhada e sincronizada, desde a escolha dos dançarinos e da banda (todos são negros) até os elementos utilizados, como a grande escadaria que dá evidência aos bailarinos e músicos.

O recurso de mesclar os dois dias de shows da cantora, que pode ser notado na mudança das cores das roupas, é um dos pontos altos do documentário. Essa escolha dá dinamismo à narrativa e capta a atenção dos espectadores. A todo momento, Beyoncé fala sobre feminismo, racismo e empoderamento. A apresentação não é protagonizada apenas pela cantora, mas também pelos dançarinos, pela banda e por todas as mulheres negras fãs da artista.

Outro destaque é quando Beyoncé convida as duas amigas Kelly Rowland e Michelle Williams, integrantes do seu ex-grupo Destiny’s Child, para o palco. Apesar de ter tido mais sucesso que as outras cantoras, ela enfatiza que não deve haver disputas entre as mulheres e revive grandes clássicos do conjunto, emocionando o público e quem está assistindo ao documentário em casa.

Não podemos deixar de comentar também os bastidores, que dão a liga do filme. Nestas partes, que são inseridas no documentário entre as pausas do show, Beyoncé mostra consciência de tudo o que ela representa. Inicialmente, a cantora participaria do Coachella em 2017, mas foi surpreendida por uma gravidez de risco e precisou adiar para o ano seguinte.

A artista se preocupa com o corpo e com a performance que vai exibir ao público. São ensaios exaustivos, tudo em prol de um show perfeito, sem erros e que conquistem os fãs. Além de enfatizar a força de Beyoncé no século XXI, Homecoming é um manifesto a favor das mulheres.

Avaliação: Excelente

Tijucana antes de ser carioca. Jornalista de profissão, não vive sem a dança nas horas vagas. É apaixonada por livros, música, arte de rua e exposições.

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