Autor de grandes clássicos do samba, artista sofria com câncer de próstata e tinha 81 anos

O cantor e compositor Wilson Moreira havia sido internado na última segunda-feira (3) na unidade do Instituto Nacional do Câncer em Vila Isabel. Moreira era vítima de um câncer de próstata há 10 anos, que se espalhou recentemente, provocando falência renal. Sua equipe confirmou a morte na noite desta quinta-feira (6), por meio do Facebook.

Nascido em 12 de dezembro de 1936, em Realengo, Zona Oeste do Rio, Wilson herdou de sua família a paixão por ritmos como jongo, caxambu e calongo. Por perder o pai muito jovem, trabalhou em ofícios como engraxate, guia de cego, vendedor de marmita e cocada, além de guarda de presídio, profissão que ocupou por cerca de 35 anos.

Wilson Moreira na Casa Brasil | Foto: Janine Moraes/MinC

Completamente apaixonado pelo samba, fez história nas escolas Mocidade Independente de Padre Miguel, onde foi um dos fundadores da ala de compositores, em 1955, e Portela, iniciando proveitosa parceria com nomes como Paulinho da Viola e Candeia. Teve como grande parceiro, ainda, o cantor, compositor e escritor Nei Lopes, com quem compôs os clássicos “Senhora Liberdade”, “Goiabada Cascão” e “Gostoso Veneno”. Teve sua primeira música gravada por Leny Andrade em 1956.

Apenas em 1986, Wilson Moreira gravou seu primeiro disco solo, o “Peso na Balança”. Recentemente, pela gravadora nipônica Bomba Records, lançou dois discos para o mercado japonês: “Peso na Balança” e “Okolofé”. Suas músicas foram interpretadas por artistas consagrados de todo o Brasil, desde Elza Soares a Clara Nunes, passando por Elizeth Cardoso, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Djavan, Jovelina Pérola Negra, Leny Andrade, Dona Ivone Lara, entre outros.

Relemebre grandes sucessos:

Marco Sá

Carioca, suburbano e operário das artes - especialmente a música. Redator, produtor, compositor, escritor e a rima, às vezes, não é intencional.