Os melhores discos nacionais de 2019

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Confira nossa seleção dos dez melhores álbuns brasileiros deste ano

O ano de 2019 foi marcado por intensa e criativa produção brasileira em gêneros diversos da nossa incomparável música. Na lista preliminar que fizemos, há grandes nomes que valem sua audição. Nesta compilação final, foi difícil, reunimos dez que chamaram a nossa atenção, alguns deles deste primeiro corte.

Há, ainda, os nossos bonus tracks, outros artistas que valem a procura por terem feito obras de destaque: Céu, que fez seu melhor disco, Rincon Sapiência e seu Mundo Manicongo, a rapper Saskia com seu ‘Pq’ e o jovem Sidoka com seu trapde sucesso são alguns exemplos, mas há muito mais por desbravar por aí e bastante material para trabalhar em um país que cada vez mais ataca seu bem mais precioso: a cultura. Que 2020 seja um ano de mais álbuns marcantes, portanto.

Eis a lista dos dez discos nacionais de 2019 da Pitaya Cultural:

Alessandra Leão – Macumbas e Catimbós

A obra de Alessandra Leão sempre dialogou com a religiosidade e em Macumbas e Catimbós, disco com pontos para orixás permeados por arranjos marcantes, a cantora amplia sua obra e transmite transcendência em faixas que valem ouro em tempos de intolerância religiosa e perseguição política. Um manual de resistência e muita, mas muita beleza.

Ana Frango Elétrico – Little Electric Chicken Heart

Ana Frango Elétrico já foi avaliada e entrevistada por aqui. A jovem de 21 anos já é um dos grandes nomes do cenário alternativo carioca e, com Little Electric Chicken Heart, seu segundo disco, ela mostra caminhos interessantes e deixa os ouvintes curiosos para o que virá. Criatividade e energia nunca foram tao bem representadas.

Black Alien – Abaixo de Zero: Hello Hell

O retorno do ‘cachorro’, capitaneado pelos beats do produtor (com toque de Midas) Papatinho é um dos melhores trabalhos de rap recentes. Black Alien versa sobre uma vida longe das drogas e vícios, sem esquecer da pegada romântica que sempre marcou sua carreira. Jazz, punk, R&B e muito mais em um álbum para se ouvir esquecendo o repeat.

Clima – La Commedia é Finita

O artista plástico e compositor Eduardo Climachauska, o Clima, é um dos nomes mais conhecidos da nova cena de vanguarda paulista. Parceiro contumaz de Romulo Fróes, ele dá continuidade ao seu fazer artístico comLa Commedia é Finita, uma coleção de sons experimentais com samba, rock, punk e o que mais vier com letras afiadíssimas, como poucas atualmente.

Djonga – Ladrão

Abram alas pro rei! É difícil mensurar a importância de Djonga para o rap e a história da música nacional. Os shows enérgicos, as milhões de visualizações espontâneas, os beats que conjugam trap e rap em linhas duras e afiadas sobre racismo e ser um jovem negro em tempos de cada vez mais opressão marcam Ladrão. Uma ponte forte de uma obra cada vez mais sólida.

Emicida – AmarElo

Como seguir quando o mal, em tantos sentidos, parece prevalecer?Emicida não tem todas as respostas, mas vai pelo caminho do amor como forma de diálogo. Entre participações que vão de Zeca Pagodinho ao pastor Henrique Viera, AmarElo descortina o rapper para mostrar potências variadas em pílulas de alegria e realidade, no disco mais bonito do ano.

Jards Macalé – Besta Fera

Se há um disco que radiografa com extrema precisão o Rio (e o Brasil) de 2019, este é Besta Fera, de Jards Macalé. Escorado por nomes da música experimental paulista e carioca, o professor mostrou a força do punk e do samba em canções fortes e poderosas, sobrando espaço para um resgate histórico ao fim do disco. Coisa fina demais.

MC Tha – Rito de Passá

O sagrado e o profano se cruzam em Rito de Passá, estreia de MC Tha com elementos do funk, do pop e do MPB, além do próprio componente religioso. É o encontro do terreiro de umbanda com o baile da zona leste de São Paulo, a poesia forte da cantora, que tanto pode ser melancólica quanto provocativa na mesma medida. Alguém para se prestar muita atenção.

Siba – Coruja Muda

Já falamos de Siba por aqui e como a mistura do maracatu de baque solto e o coco e os ritmos africanos tornaram Coruja Muda um dos álbuns do ano. O artista fortifica seu discurso com versos e refrões repetidos que soam (e ressoam) grandes de sentido, ao descrever a relação entre homem e animal e versar sobre o tempo ou um time de futebol com igual grandeza.

Terno Rei – Violeta

O quarteto vinha chamando a atenção da cena indie paulistana com dois discos na bagagem, mas Violeta foi o verdadeiro pulo do gato. Ao assumir uma vertente mais pop, aquele mesmo tão esquecido pelas bandas do gênero, sem esquecer da sonoridade marcante, o Terno Rei fez o álbum mais conciso do ano sobre amores, perdas e… evolução.

 

 

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