Queremos! Festival: saiba mais sobre as bandas do evento
O Queremos!, iniciativa pioneira que busca trazer artistas pedidos pelo público com participação direta da audiência, começou há quase oito anos atrás, em setembro de 2010. Funcionava da seguinte forma: comprava-se cotas a X reais para garantir a presença da banda em questão e, após a confirmação do show, devolvia-se o valor pago aos ‘cotistas’. O que viesse dos ‘não cotistas’ era lucro. Lembro bem quando soube da vinda dos suecos do Miike Snow, primeiro show do projeto no Circo Voador, que lotou a lona mais conhecida da cidade. O ineditismo do projeto foi celebrado por público e crítica. De lá pra cá, muitas grupos e cantores cujos shows seriam impensáveis no Rio por conta da temida falta de retorno financeiro alegada pelos produtores tradicionais aterrisaram por aqui, em palcos variados. Hoje o sistema mudou, mas a produtora/empresa é uma das mais bem sucedidas do ramo, com vários méritos. Daí nasce o Queremos! Festival, cuja programação busca celebrar a diversidade da música feita aqui e lá fora, com nomes que vêm se destacando no cenário.
Pitaya Culturalpreparou um raio-x das bandas presentes no evento, que acontece no próximo sábado (25). Tirando a festa Selvagem e o DJ Nepal, figuras tarimbadas da noite alternativa carioca, saiba o que esperar dos shows, por ordem de apresentação.
Letrux
Abrindo os trabalhos, Letícia Novaes e sua banda devem começar o Queremos! Festival com pé direito. O repertório, baseado no excelente Em Noite de Climão (2017), tem tudo para animar o público de conhecidos ou neófitos. O álbum, um dos melhores do ano passado, é uma espécie de radiografia sentimental embalada por guitarras e sintetizadores e as apresentações lotadas de Letrux confirmam o sucesso. Promessa de um grande show.
Rubel
Sucesso desde 2015 com a música e clipe de ‘Quando Bate Aquela Saudade’, de Pearl, Rubel lançou este ano Casas, que dá continuidade ao trabalho anterior e amplia o leque de influências do músico. O lado MPB arvoreceu no uso de sopros, tempos quebrados e as participações dos rappers Emicida e Rincon Sapiência (com possível aparição no show) mostra que o rapaz quer mais. Para cantar e assobiar junto.
Xênia França
No caldeirão de Xênia França, que debutou em carreira solo ano passado com Xenia, há rap, pop, eletrônica, rock e soul com forte influência da música e religiões afrobrasileiras. O afiadíssimo discurso político contra o racismo, violência e injustiça convive com baladas dançantes de R&B lá de fora e até passeia pelo minimalismo. A voz de Xênia, entre potente e delicada, é o que dá unidade à obra e deve conquistar novos fãs.
Boogarins
Figura fácil em festivais internacionais e com três discos no catálogo, a banda goiana de rock psicodélico é conhecida por fazer grandes shows. O formato deve passear por sucessos antigos (‘Lucifernandis‘, ‘Benzin’) junto às canções de Lá Vem a Morte (2017), que dividiu opiniões quando foi lançado. O quarteto, cada vez mais entrosado, deve passear no palco com jams e subverter arranjos conhecidos.
ionalee
A cantora sueca que já assinou como Jonna Lee, seu nome de batismo, e iamwhoami vem ao festival como ionalee para cantar o recém-lançado Everyone Afraid to Be Forgotten e sucessos de sua carreira. Com forte apelo visual e audiência vinda do Youtube, a artista deve mostrar um show extremamente perfomático e dançante, ainda que com um pé no exagero épico. Pode surpreender os não iniciados.
Father John Misty
O projeto do prolífico Joshua Tillman, que já fez parte da revelação indie Fleet Foxes como baterista, segue em alta rotação desde 2012. Ano passado, Father John Misty lançou o ótimo Pure Comedy e deve figurar na lista dos melhores (novamente) com God’s Favorite Customer. O universo de Tillman passa por várias vertentes do indie e versa de relacionamentos até meio ambiente, tudo sob fina camada de ironia. Imperdível.
Animal Collective
O trio de pop experimental virá ao festival em dupla apresentando o amado Sung Tongs (2014), com canções marcadas pelo uso de violões, percussões e programações eletrônicas. As músicas, que foram usadas no filme Shortbus e em um episódio de Os Simpsons, são consideradas as mais acessíveis da banda ao mesmo tempo em que convidam o ouvinte à reflexão e o jogam no caos. Espere o inesperado.
Rincon Sapiência
Danilo Ambrósio, dono do melhor álbum nacional do ano passado, vem chamando a atenção desde 2009 com ‘Elegância’, lançou um EP em 2010 e seis anos depois preparou o cenário musical com ‘Ponta de Lança’ e arrematou comGalanga Livre. O repertório impecável do disco, que mistura rock, soul e funk adornados por versos mais afiados que nunca de Rincon Sapiência, também deve ceder alguns lugares a raps mais antigos. Vá, veja e ouça.
Baianasystem
Para arrematar (ou embalar para as festas seguintes), os baianos encerram a parte das bandas do festival. Há muito que o Baianasystem vem fazendo o melhor show do Brasil. A mistura de guitarra baiana com o amplo espectro sonoro do grupo e das letras certeiras de Russo Passapusso sobre como vamos como cidadãos e país devem incendiar o público. Esqueça o remix terrível para a música da novela: não há como dar errado.
Serviço – Queremos Festival!
Data: 25/08, na Marina da Glória
Horário: a partir de 14
Ingressos: R$ 160 (meia e meia solidária) – 2º lote
Mais informações: https://festival.queremos.com.br/