Leia mulheres: Dez escritoras brasileiras contemporâneas que todos deveriam conhecer
Desde a criação do projeto Leia Mulheres, as escritoras ganharam mais espaço nas prateleiras das livrarias brasileiras e do mundo nos últimos anos. A ação começou em 2014, quando a escritora britânica Joanna Walsh propôs a iniciativa #readwomen2014 (#leiamulheres2014), a qual estimula a leitura de obras publicadas por mulheres. No ano seguinte, o projeto cresceu e tomou conta de diversos espaços culturais e cafés no Brasil. Na semana do Dia das Mulheres, o Sapoti Cultural separou uma lista com dez escritoras brasileiras contemporâneas que são destaques no país.
1) Carola Saavedra
Vencedora do Prêmio APCA de melhor romance com o livro ‘Flores Azuis’ (Companhia das Letras, 2009), Carola Saavedra nasceu em Santiago, no Chile, em 1973, e se mudou para o Brasil com a família aos três anos. A escritora já morou na Alemanha, onde cursou mestrado em Comunicação, na Espanha e França. Carola mora atualmente no Rio de Janeiro. Ela também conquistou a categoria de Jovem Autor no Prêmio Rachel de Queiroz com o livro ‘Paisagem com dromedário’. A autora publicou ainda as obras ‘Do lado de fora’ (7Letras, 2005), ‘Toda terça’ (Companhia das Letras, 2007) e ‘O inventário das coisas ausentes’ (Companhia das Letras, 2014).
2) Heloísa Seixas
Heloísa Seixas é escritora, jornalista e tradutora. Ela nasceu no Rio de Janeiro, em 1952, e trabalhou no jornal ‘O Globo’ e na assessoria de imprensa da ONU. Mulher do escritor Ruy Castro, Heloísa estreou na Literatura com o livro de contos ‘Ponte de Vênus: histórias do amor assombrado’. Já seu primeiro romance foi lançado, em 1996, pela editora Record. Entre as obras da autora estão ‘Contos mínimos’, ‘Através do vidro’ e ‘Oitavo selo’. Heloísa escreveu na coluna ‘Contos mínimos’ no Jornal do Brasil por oito anos.
3) Andrea del Fuego
Andrea del Fuego nasceu em São Paulo, em 1975. Escritora e jornalista, ela ganhou o Prêmio Saramago de Literatura com seu primeiro romance, ‘Os malaquias’ (Língua Geral, 2010). O livro foi traduzido e publicado em oito países, como Alemanha, Itália, França e Israel. Andrea escreveu ainda diversos livros juvenis, infantis e de contos, como a trilogia “Minto enquanto posso” (O Nome da Rosa, 2004), ‘Engano Seu’ (O Nome da Rosa, 2007) e ‘Nego fogo’ (Dulcinéia Catadora, 2009). A jornalista também participou de antologias, como ‘Geração Zero Zero’ (Língua Geral, 2011) e ‘Os cem menores contos brasileiros do século’ (Ateliê Editorial, 2004).
4) Adriana Lisboa
Adriana Lisboa é romancista, poeta e contista. A escritora carioca ganhou o Prêmio José Saramago, em 2003, com o livro ‘Sinfonia em branco’ (Editora Rocco, 2001). O romance ‘Hanói’ (Alfaguara, 2013) foi eleito um dos livros do ano pelo jornal ‘O Globo’. Além de romances, Adriana também publicou algumas obras infantis, como ‘Língua de trapos’ (Rocco, 2005), quando ganhou o prêmio de Autor Revelação na Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). A escritora já morou na França e na Nova Zelândia. Atualmente, ela reside na cidade de Austin, nos Estados Unidos.
5) Aline Bei
Aline Bei lançou seu livro de estreia, ‘O peso do pássaro morto’ (Nós, 2017), em setembro de 2017 e já conquistou a crítica literária. No mesmo ano, ela venceu o Prêmio TOCA, organizado pelo escritor Marcelino Freire. Aline nasceu em São Paulo, em 1987, e é formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia-Helena. Além disso, ela também é editora e colunista do site cultural OitavaArte.
6) Marcia Tiburi
Escritora e filósofa, Marcia Tiburi nasceu no Rio Grande do Sul, em 1970. Seus principais temas são sobre ética, estética, feminismo e filosofia do conhecimento. ‘Feminismo em comum: Para todas, todes e todos’ (Rosa dos tempos, 2018) foi o livro mais recente lançado pela autora. Entre as obras publicadas estão ‘Conversar com um fascista – Reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro’ (Record, 2015), ‘Olho de vidro’ (Record, 2011) e ‘As mulheres e a filosofia’ (Unisinos, 2002). Atualmente, é colunista da Revista Cult.
7) Ana Paula Maia
Ana Paula Maia publicou o primeiro romance, ‘O habitante das falhas subterrâneas’, em 2003, pela Editora 7Letras. É autora da trilogia ‘A saga dos brutos’, que reúne os livros ‘Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos’, ‘O trabalho sujo dos outros’ e ‘Carvão animal’. Ana Paula nasceu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em 1977, e estudou teatro na adolescência, na Casa de Arte de Laranjeiras (CAL). No cinema, a escritora adaptou o romance ‘Santa Maria do Circo’, do mexicano David Toscana.
8) Conceição Evaristo
Conceição Evaristo nasceu em uma favela de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e foi criada em um ambiente pobre com sua mãe e nove irmãos. Teve que conciliar os estudos enquanto trabalhava como empregada doméstica. Aos 25 anos, ela se mudou para o Rio de Janeiro e estudou Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Estreou na Literatura em 1990, com textos publicados na série ‘Cadernos Negros’. Mestra em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Conceição é militante do movimento negro e participa de atividades da militância política-social. Suas obras, como o romance ‘Ponciá Vicêncio’ (Pallas, 2003), abordam temas sobre discriminação racial, de gênero e classe.
9) Elisa Lucinda
Poetisa, atriz, cantora e jornalista, Elisa Lucinda nasceu no Espírito Santo, em 1958. A artista já recebeu diversos prêmios, como o Troféu Raça Negra, em 2010, na categoria de teatro. Entre os livros publicados pela escritora estão ‘O semelhante’ (Record, 1995), ‘Contos de vista’ (Global, 2005), ‘A fúria da beleza’ (Record, 2006) e ‘Vozes guardadas’ (Record, 2016). Na televisão, a atriz participou de 11 novelas, como ‘Páginas da vida’, em 2006, com a personagem Selma; ‘Insensato coração’, em 2011, no papel de Vilma; e ‘Tempo de amar’, em 2016, com a Januária.
10) Maria Valéria Rezende
Maria Valéria Rezende integrou o grupo Juventude Estudantil Católica e, após o início da ditadura militar, em 1964, abrigou militantes que lutavam contra o regime em sua casa. No ano seguinte, ela entrou para a Congregação de Nossa Senhora – Cônegas de Santo Agostinho. Maria Valéria estreou com o livro ‘Vasto mundo’, em 2001, e ganhou o Prêmio Jabuti na categoria infantil, em 2009, com o ‘No risco do caracol’ (Autêntica, 2008). Ela conquistou o Jabuti em outros dois anos: em 2013, na categoria Juvenil, com ‘Ouro dentro da cabeça’, e em 2015, nas categorias Romance e Livro do Ano de Ficção, com ‘Quarenta dias’ (Alfaguara, 2014).