The Umbrella Academy: segunda temporada repete premissa e acerta

 em cinema e tv

Sem a obrigação de explicar origem do grande núcleo e com episódios mais curtos, trama fica mais divertida

Um grupo de sete irmãos excêntricos e com poderes especiais precisam salvar o mundo. Essa fórmula da primeira temporada deu certo até certo ponto, com diversas falhas de execução – inclusive na tentativa de impedir o apocalipse.

Como todo mundo merece uma segunda chance, Cinco (Aidan Gallagher, ainda a estrela do elenco) usa seus poderes para viajar no tempo, mas falha novamente e joga seus irmãos cada um em um momento diferente do começo dos anos 1960. Todos se encontram a dias do assassinato do presidente norte-americano John F. Kennedy, trazendo consigo a ameaça de o mundo se acabar novamente.

A começar pelo encurtamento da duração de episódios, foi uma escolha acertada, incutindo maior potência narrativa de uma “série de herói” consideravelmente lenta. Abandonando a necessidade de apresentar conceitos e personagens, a produção ficou realmente mais divertida – acrescentando-se aí o cenário e figurino sessentistas.

Essa liberdade se traduz no humor e na trajetória que cada irmão Hargreeve escolhe viver naquela época, com os roteiristas Gerard Way e Gabriel Bá, sob o comando do showrunner Steve Blackman, costurando temas tão atuais, discutidos já nos anos 1960.

Os primeiros a chegar em Dallas, por exemplo, Allison (Emmy Raver-Lampman) e Klaus (Robert Sheehan) tomam caminhos notáveis. Enquanto a irmã 3 se junta ao movimento negro, após ter a garganta cortada por Vanya (Ellen Page) na temporada anterior, ficando impedida de exercer sua habilidade (o Rumor), o 4 vira líder de uma seita. A própria Vanya se reinventa, ao viver em uma fazenda e se apaixonar por Sissy (Marin Ireland), numa época em que a homossexualidade era vista como doença.

As atuações, que foram o principal ponto positivo da primeira temporada, se mantêm no mais alto padrão, com Tom Hopper, Emmy Raver-Lampman, Robert Sheehan, David Casteñeda e Justin H. Min completando a equipe. Destaque especial para Min, que vive Ben, o irmão fantasma que cresce neste segundo ano. Os conflitos com Klaus e o sofrimento psicológico da invisibilidade são interpretados com competência.

A adição de novos personagens, como Lila (Ritu Arya) e Raymond (Yusuf Gatewood), é bem vinda, mesmo já contando fixamente com sete irmãos, cada um com sua própria história a ser contada. Com direção afiada e algumas falhas no CGI, a trilha sonora vingou, misturando nomes como Queen e Billie Eilish, e dando um toque ainda mais sedutor às ainda escassas cenas de luta. Com a evolução da narrativa e o desfecho do derradeiro episódio, uma terceira temporada é mais que aguardada.

Avaliação: Muito bom

 

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