Confira cinco museus na cidade do Rio para visitar no feriadão da Independência

 em artes

Tragédia provocada pelo incêndio no Museu Nacional fez repensarmos se estamos valorizando nossos espaços culturais. Confira a lista com alguns dos museus da cidade que vale a pena a visita

A tragédia que destruiu o Museu Nacional, no último domingo, fez muita gente lamentar a perda de um dos nossos maiores acervos que conta não só nossa história, mas também de outras culturas no mundo, sendo o maior de acervo natural e antropológico da América Latina. Mas será que de fato valorizamos nossos espaços culturais? O Rio de Janeiro é um dos estados com mais museus, perdendo somente para São Paulo.

Pensando nisso, a Pitaya Cultural listou cinco museus que possuem acervos riquíssimos e que o passeio é um episódio à parte. Aproveitem o fim de semana com feriadão da Independência e conheçam um pouco da nossa história através desses espaços de cultura e arte.

1 – Museu Nacional de Belas Artes, Centro do Rio

O prédio, de arquitetura eclética e projetado há exatos 120 anos, é um dos símbolos da modernização do Centro do Rio, no início do século XX, durante o governo Pereira Passos. Foi erguida para sediar a Escola Nacional de Belas Artes e foi transformada em museu em 1937 por Getúlio Vargas.

Possui hoje a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século XIX entre os seus 70 mil itens, como pinturas, esculturas, gravuras. Possui também trabalhos de estrangeiros e de arte africana. O museu também tem um importante núcleo de preservação do seu acervo.

Museu Nacional de Belas Artes fica ao lado da Cinelândia | Divulgação

Possui desde obras trazidas pela Missão Francesa ao Brasil, outras produzidas aqui por artistas como Debret, irmãos Ferrez e até a coleção de D. João XI, deixada no Brasil após seu retorno a Portugal, em 1821. Também possui obras de artistas do início do século XX como Cândido Portinari, Eliseu Visconti, Tarsila do Amaral , Pedro Américo, entre outros.

O Museu Nacional de Belas Artes fica na Avenida Rio Branco, esquina com a Praça da Cinelândia, e funciona de 10h às 18h, de terça-feira à sexta-feira. Aos sábados e domingos, o horário é de 13h às 18h.

Os ingressos custam R$ 8,00 (R$ 4 a meia), ingresso família R$ 8 (para até 4 membros de uma mesma família). Aos domingos, a entrada é grátis. A entrada é permitido até 30 minutos antes do fechamento. Mais informações emhttp://mnba.gov.br/portal/

Espaço de arte brasileira do Museu Nacional de Belas Artes | Jaime Aciolli

2 – Museu da República, Palácio do Catete, Catete

O Palácio do Catete — também conhecido como Palácio das Águias — foi sede do governo federal entre os anos de 1896 e 1960, onde ocorreram grandes articulações políticas. Fica no bairro de mesmo nome, na Zona Sul do Rio, e virou museu no mesmo ano em que teve o último presidente como residente.

O prédio respira história nos seus três andares e foi cenário de um dos episódios mais marcantes do Brasil: o suicídio do então presidente Getúlio Vargas, em 1954. Antes de virar sede do governo, foi residência do comerciante e fazendeiro de café Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo, e era conhecido como Palácio de Nova Friburgo.

Museu da República abrigou o Palácio do Catete, sede do governo federal | Divulgação

Através de fotos, documentos, objetos, mobiliário e obras de arte dos séculos XIX e XX, expostos nos salões do palácio, seu acervo reflete a história republicana. Os visitantes têm acesso ao quarto onde Getúlio Vargas se suicidou, em 1954. Além de objetos preservados conforme à época, como o pijama que o presidente usava, mobiliário, no espaço também pode ser vista a emblemática carta-testamento ao povo do então presidente ao povo brasileiro, com a marcante frase “saio da vida para entrar na história”.

No fundo do museu existe um belíssimo jardim, que serve de área de lazer para os visitantes e pode ser visto pelos passantes através de seus gradis, que substituíram os muros que existiam no final da década de 90. Também possuiu um cinema no espaço anexo ao museu.

O Museu da República fica no Rua do Catete 153 (em frente à estação de metrô do bairro). Funciona de terça à sexta-feira, de 10h às 17h, e sábados, domingos e feriados de 11h às 18h. Os ingressos custam R$ 6 (com entrada grátis às quartas-feiras e aos domingos). Professores, maiores de 60 anos e crianças até 10 anos não pagam. Já estudantes e menores de 21 anos têm 50% de desconto. Outras informações emhttp://museudarepublica.museus.gov.br/

Palácio do Catete tem estrutura que remonta ao século XIX e um dos itens do acervo é o pijama que Getúlio Vargas trajava quando se suicidou, além da arma usada | Divulgação

3 – Museu Histórico Nacional, Centro do Rio,

O conjunto arquitetônico que forma o museu remete ao século XV, com a Fortaleza de Santiago e a prisão do Calabouço. Foram criados num ponto estratégico, de frente para a Baía de Guanabara, para proteger a cidade. Infelizmente, essas edificações, restam somente as fundações e a Casa do Trem, construída em 1763 para a guarda do transporte de armas e munições, além do prédio do arsenal de guerra.

Foi instituído como museu em 1922, pelo presidente Epitácio Pessoa, na época da inauguração da exposição do centenário, que marcava os 100 anos da independência do Brasil, com o objetivo de ser o “museu da história nacional”.

Museu Histórico Nacional | Divulgação

Atualmente, o Museu Histórico Nacional ocupa todo o complexo arquitetônico na região que era conhecida como Ponta do Calabouço, e reúne um acervo com cerca de 258 mil itens, entre objetos, documentos e livros.

Estes objetos estão divididos em galerias de exposições, biblioteca especializada em História do Brasil, História da Arte, Museologia e Moda, um Arquivo Histórico com importantes documentos manuscritos, aquarelas, ilustrações e fotografias, entre as quais exemplares de Juan Gutierrez, Augusto Malta e Marc Ferrez.

Existe, ainda, programas voltados para estudantes, professores, terceira idade e comunidades carentes, além de áreas de Reserva Técnica, Laboratório de Conservação e Restauração Numismática (coleção de moedas e outros valores impressos), que podem ser consultadas, mediante agendamento prévio.

O Museu Histórico Nacional fica na Praça Marechal Âncora s/n°, no Centro do Rio. O funcionamento é de terça a sexta-feira, das 10h às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 13h às 17h. Os ingressos custam R$ 10,00. Possui política de gratuidade e meia-entrada, inclusive para estudantes de escolas particulares. Aos domingos a entrada é franca. Mais informações emhttp://mhn.museus.gov.br/index.php/programacao/

Acervo do Museu Histórico Nacional tem peças da época do Império | Divulgação

4 – Museu de Arte Moderna (MAM), Centro do Rio

Fundado em 1948, ocupou inicialmente as dependência do Banco Boavista, na Candelária, e depois o Palácio Gustavo Capanema, ambos no Centro do Rio. Somente em 1958 foi para o espaço que está até hoje, no Aterro do Flamengo, em uma área na época cedida pelo governo do então Distrito Federal. Possui um jardim projetado por Roberto Burle MArx e umas das  vistas mais espetaculares de museus no mundo.

O MAM Rio é um dos maiores difusores de arte do país e criou tendências de arte moderna e contemporânea. O seu Bloco Escola com seus cursos teve a presença de grandes artistas e colocou o museu na vanguarda no ensino de arte no país. Além do acervo de cerca de 16 mil exemplares, também possui uma cinemateca, uma das mais conhecidas de toda a América Latina, com 23 mil rolos de filmes, e uma biblioteca com mais de 20 mil volumes, além de cartazes, plantas arquitetônicas e 100 mil fotografias.

Museu de Arte Moderna do Rio, no Aterro do Flamengo | Divulgação

Assim como o Museu Nacional, o MAM Rio também foi destruído por um grande incêndio em 1978, que destruiu praticamente quase todo o seu acervo. Com os esforços de sua equipe e mantenedores, o prédio foi rapidamente restaurado, bem como o que sobrou da coleção e da biblioteca – o que foi, infelizmente, bem pouco. Muitas coleções presentes no museu são particulares,  como de Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva.

Recentemente, em uma ação inédita no país, o MAM Rio criou um fundo para se tornar autossustentável pelos próximos trinta anos. Foi criado um PDE – Patrimônio com Destinação Específica – um fundo a ser depositado em uma instituição fiduciária, com regras rígidas para seu uso, gerida por um comitê e auditado pela PwC – PriceWaterhouseCoopers. Uma das primeiras medidas foi realizar um procedimento comum nos museus norte-americanos e europeus, o deaccessioning, a venda de uma obra de arte com objetivo específico. Das mais de 16 mil obras, o MAM Rio decidiu abrir mão da pintura “No.16” (1950), de Jackson Pollock (1912-1956), óleo sobre aglomerado, com 56,7 X 56,7 cm, doada por Nelson Rockefeller em 1952.

A vocação do MAM Rio é arte brasileira – moderna e contemporânea –, da qual possui um dos mais relevantes acervos do país, com obras de Portinari, Tarsila, Volpi, Anita Malfati, Maria Martins, Lygia Clark, Lygia Pape, Segall, Di Cavalcanti, entre muitos outros grandes nomes. Outras informações em http://www.mamrio.org.br/

MAM Rio tem como vocação a arte moderna e contemporânea, principalmente a brasileira | Divulgação

5 – Museu da Chácara do Céu, Santa Teresa

No aprazível bairro de Santa Teresa, a casa que abriga o museu foi construída em meados de 1870 e desde 1876 é conhecida como Chácara do Céu. Foi residência do industrial Raymundo Ottoni de Castro Maya, um amante das artes que editou livros e era colecionador de obras de artistas. Faz parte da Fundação Castro Maya, criada em 1983, que inclui também o Museu do Açude, no Alto da Boa Vista, outra residência do patrono. Ambas integram o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), do Ministério da Cultura, e são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) , assim como os acervos e parques dos museus.

A bonita casa, com uma espetacular vista para a cidade do Rio e da Baía de Guanabara, possui coleções de arte de diversos períodos, e de diferentes origens, livros raros, mobiliário e artes decorativas, distribuídas em uma casa com três pavimentos. Um jardim nos fundos da residência também é acessível aos visitantes. Além das exposições de longa duração e temporárias, o museu mantém dois cômodos originalmente mobiliados e ambientados, a fim de preservar o caráter de residência do local.

Entrada do Museu Chácara do Céu, em Santa Teresa | Divulgação

Possui desde obras brasilianas de Jean-Baptiste Debret (451 aquarelas, 58 desenhos e 29 gravuras) até coleções de de Arte Brasileira composta principalmente por modernistas como Guignard, Di Cavalcanti, Pancetti e Volpi. O museu também adquiriu, entre  1940 e 1960, um importante conjunto de pinturas, desenhos e gravuras de Candido Portinari, que é considerado uma das maiores coleções públicas do artista.

Outro destaque é que vai de encontro com a arte popular são peças de ceramistas nordestinos, pinturas populares e Arte Naif. Entre elas está um lote de figuras do pernambucano Mestre Vitalino, o que colaborou para o aumento do reconhecimento da arte popular ou regional brasileira. O museu também possui coleções europeia, oriental, de azulejaria e de artes aplicadas.

Para complementar à visita ao museu vale também uma passada no Centro Cultural Parque das Ruínas, que fica na mesma rua e, assim como na Chácara do Céu, possui uma espetacular vista da cidade e diversas atrações culturais para toda a família.O Museu Chácara do Céu fica na Rua Murtinho Nobre, número 93, em Santa Teresa. Funciona diariamente, exceto às terças-feiras, das 12h às 17h. A entrada é grátis às quartas-feiras. O ingresso é R$ 6 a inteira e possui meia entrada e gratuidade. Mais informações emhttp://museuscastromaya.com.br/

Um dos espaços dentro do Museu Chácara do Céu | Divulgação

Carrega em seu DNA a Lapa, região boêmia onde cresceu e viveu a maior parte da sua vida. Respira a diversidade artística e cultural que também é o oxigênio do bairro de quatro letras.

Comece a digitar e pressione Enter para pesquisar