‘Pança’ reflete sobre a circulação e o consumo de notícias no mundo atual
Peça acompanha a história de um talentoso e endividado escritor
Não é raro nos sentirmos perdidos e confusos diante da quantidade de informações (verdadeiras e falsas) a que temos acesso diariamente pelos meios de comunicação e redes sociais. A circulação de notícias, obras e ideias está em profunda transformação no mundo atual, passando por fenômenos como os da ‘fake news’, mas também ampliando em nível vertiginoso nossa possibilidade de acesso ao conhecimento. Com dramaturgia e direção de Cecilia Ripoll, o espetáculo PANÇA, que estreia dia 1º de julho no Teatro Arthur Azevedo, constrói uma fábula para tratar da reprodutibilidade da notícia e das falhas da comunicação humana. Quais os efeitos que o poder de circular ideias pelo mundo gera na sociedade?
Com estrutura cômica e farsesca, a peça acompanha a história de um talentoso e endividado escritor que, de seu pequeno vilarejo, escuta falar sobre a mais nova invenção da capital: a famosa máquina de imprensa. Com desejo de ampliar a venda de seu mais recente romance, o autor se endivida ainda mais para conseguir comprar a copiadora mecânica. Cheia de peripécias e reviravoltas, a trama faz referência ao surgimento histórico da máquina de tipos móveis (a primeira versão ocidental de copiadora mecânica), divisor de águas na história da humanidade que permitiu a produção em série dos livros, até então copiados um a um a mão. No elenco, estão André Marcos (Escritor), Clarisse Zarvos (Josefina), Diogo Nunes (Rei), Julia Pastore (Padeiro, Sputnik e Fisco) e Ademir de Souza (Máquina – voz).
“Sem compromissos rígidos em dar conta de contexto ou fatos históricos, a fábula está mais preocupada em se perguntar o que acontece com a sociedade quando surgem avanços que transformam a capacidade de reprodutibilidade de obras e ideias. Como a ampliação dos meios de reproduzir discursos impacta na transformação social e no imaginário dos indivíduos?”, questiona a autora e diretora Cecilia Ripoll, que escreveu a peça no ano passado. “De uma hora para a outra, ficamos sabendo da opinião de todo mundo sobre todas as coisas. E há uma dificuldade de aceitar que podem existir diferentes narrativas de uma mesma história. A minha aposta é de que um livre invencionismo acerca do passado nos permita construir metáforas para pensar sobre nossos tempos”, acrescenta.
Para criar a dramaturgia, a autora também se inspirou em clássicos como ‘O inspetor geral’, de Nikolai Gogol; ‘Arlequim, servidor de dois patrões’, de Carlo Goldoni; e ‘Galileu Galilei’, de Bertolt Brecht. “São três textos que eu já li várias vezes e que tocam em temas que eu tinha vontade de desenvolver. ‘Galileu Galilei’ me instiga a refletir sobre os artifícios usados por artistas que desejam pesquisar, sem precisarem ficar à mercê de esquemas engessados. ‘O inspetor geral’ é uma peça que deixa em evidência o ridículo do ser humano a partir de um equívoco, revela o patético por trás de algumas instituições e relações de poder. E ‘Arlequim, servidor de dois patrões’ me inspirou no aspecto formal. A estrutura da trama, com encadeamentos muito precisos, me encanta”, explica Cecilia.
Com estética inspirada no estilo das trupes de comédia dell’arte, PANÇA vai contar com linguagem das máscaras teatrais. “Em cena, brincamos o tempo todo com a ideia de que mudanças sutis podem criar uma outra narrativa, uma outra ideia. Também investimos em uma linguagem ágil, que busca unir a ideia do antigo com o contemporâneo”, explica Cecilia. Na equipe criativa, também estão Eduardo Vaccari (supervisor artístico), Carlos Alberto Nunes (cenógrafo), Nívea Faso (figurinista), Tania Gollnick (mascareira), Ana Luzia de Simoni (iluminadora) e Charles Kahn (colaboração musical).
O Teatro Arthur Azevedo e o Teatro Glaucio Gill são espaços da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa/FUNARJ. Os espaços estão funcionando com a capacidade reduzida e com um Protocolo de Segurança Sanitária. É obrigatório o uso de máscaras de proteção, de preferência PFF2, manter o distanciamento e, se possível, o espectador deve levar o seu álcool gel ou álcool 70% e higienizar as mãos. Após as apresentações presenciais faremos uma temporada online para as pessoas que não se sintam seguras possam assistir de casa.
Serviço – PANÇA
Primeira Temporada: 1º a 4 de julho
Teatro Arthur Azevedo: Rua Vitor Alves, 454 – Campo Grande
Telefone: (21) 2332-7516
Dias e horários: 5ª a dom., às 19h.
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)
Tempo de duração: 50 minutos
Classificação etária: 14 anos
Capacidade: 83 pessoas
Vendas de ingressos: na bilheteria do teatro e pelo Sympla (www.sympla.com.br)
Redes sociais do espetáculo: Instagram: @panca.teatro
Facebook: https://www.facebook.com/panca.teatro
Youtube: http://bit.ly/PANÇA-YouTube
Segunda Temporada: 30 de julho a 2 de agosto
Teatro Glaucio Gill: Praça Cardeal Arcoverde, s/nº – Copacabana.
Telefone: (21) 2332-7904
Dias e horários: 6ª a seg., às 19h. Haverá uma apresentação com intérprete de Libras, no dia 31 de julho (sábado).
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)
Tempo de duração: 50 minutos
Classificação etária: 14 anos
Capacidade: 36 pessoas
Vendas de ingressos: na bilheteria do teatro e pelo Sympla (www.sympla.com.br)
Redes sociais do espetáculo: Instagram: @panca.teatro
Facebook: https://www.facebook.com/panca.teatro
Youtube: http://bit.ly/PANÇA-YouTube
Terceira Temporada – Online: 5 a 9 de agosto
Canal do Youtube do espetáculo PANÇA
Dias e horários: 5ª a seg., às 19h.
Gratuito
Tempo de duração: 50 minutos
Classificação etária: 14 anos
Redes sociais do espetáculo: Instagram: @panca.teatro
Facebook: https://www.facebook.com/panca.teatro
Youtube: http://bit.ly/PANÇA-YouTube