Cinco filmes do…Studio Ghibli

 em cinema e tv

Reunimos grandes produções do estúdio japonês de animação

O mítico Studio Ghibli, fundado em 1985, está com 21 de seus 22 filmes (a exceção é Túmulo dos Vagalumes, de 1988) em cartaz desde fevereiro deste ano na Netflix, após um acordo envolvendo o estúdio de animação e o serviço de streaming. Ao longo dos anos, a produtora capitaneada por nomes como Hayao Miyazaki e Isao Takahata solidificou seu nome na cultura pop. Além da quase unanimidade entre os críticos, seis de seus filmes estão entre as 10 maiores bilheterias de animações no Japão e cinco indicações ao Oscar conquistaram o mercado internacional – a consagração veio em 2003 com o prêmio máximo da Academia por A Viagem de Chihiro.

O que faz o Studio Ghibli tão especial são desenhos plasticamente impecáveis, cujas histórias se conectam com emoções familiares a todos nós. O foco é o roteiro e o desenvolvimento dos personagens, e os temas são explorados com maestria pelos realizadores, e vão desde a descoberta de relacionamentos até críticas ao modo como vivemos e os impactos causados em nosso planeta. A reflexão e beleza caminham juntas, sem atropelos. Nesse sentido, não é surpresa o sucesso entre público e crítica.

Listas são subjetivas e Pitaya Cultural recomenda a grande maioria dos 21 filmes (há um ou outro dispensável), mas selecionamos cinco que consideramos imperdíveis. Confira:

Meu Amigo Totoro (1988)

Símbolo máximo do Studio Ghibli, Totoro é um dos personagens mais marcantes de toda a cultura pop. Meu Amigo Totoro é um conto que resume as histórias do estúdio. É alegre, mas também um pouco triste. É bastante engraçado enquanto toca em temas sérios. Se falta um roteiro mais “elaborado”, por assim dizer, sobram belíssimas sequências animadas que cravaram seu lugar no imaginário dos fãs. Mais do que tudo, a mensagem é simples e profundamente tocante: nunca devemos deixar nossa criança interior desaparecer.

 Sussurros do Coração (1995)

Dos cinco, o mais bonito e emocionante. Sussurros do Coração conta a histórias de dois jovens no colégio que vão se apaixonando à medida que conhecem um ao outro. Nesse sentido, o filme aborda situações sem a condescendência que seria típica de produções equivalentes, como o próprio “primeiro amor”, amor não correspondido e amadurecimento, aqui resvalado quando ambos tentam descobrir “para que servem”, seus talentos e habilidades futuras em um mundo que pede cada vez mais pressa. Para abrir um sorriso no fim.

Princesa Mononoke (1997)

Há outros filmes do Studio Ghibli que debatem a relação do homem com a natureza, mas nenhum deles como Princesa Mononoke. A história acompanha o príncipe Ashitaka, que precisa encontrar a cura para uma maldição após derrotar um deus que carregava um estranho mal. Mononoke, a verdadeira protagonista, entra depois da primeira meia hora e rouba todas as cenas desde então. Há reflexões sobre ganância, riqueza e uma (leve) crítica sobre o estado atual das coisas. Numa uma animação foi tão sucinta ao colocar a coexistência como fundamental.

A Viagem de Chihiro (2001)

Baseado no folclore japonês, A Viagem de Chihiro acompanha a personagem título em um mundo novo, dominado por espíritos e seres sobrenaturais, em busca de sobrevivência e…revolução. É a obra mais bem acabada sobre amadurecimento e os efeitos do capitalismo na sociedade (neste caso, no Japão moderno), cuja lógica despossui identidades, literalmente, e vê apenas números e lucros onde o mais importante deveria ser o material humano. Certamente seguirá sendo o filme mais atual do estúdio a qualquer tempo e, sem medo, um clássico eterno.

O Castelo Animado (2004)

O Castelo Animado tem fortes influências de autores da cultura ocidental, como Lewis Carroll e Frank Baum, e conta a jornada de Sophie, vítima da maldição de uma bruxa que a envelhece 80 anos ao dar cobertura ao poderoso Howl, dono do castelo do título. O visual, espetacular, mistura técnicas de animação antigas e novas com resultados surpreendentes. A história discute o processo de envelhecimento, a pressão sobre a juventude e o…amor. Como atesta Sophie, “a coisa boa de envelhecer é que você tem muito pouco a perder”. Recomendado para todas as idades.

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