Com críticas ao capitalismo, documentário estimula consumo consciente

 em cinema e tv

Lançado pela Netflix em 2016, ‘Minimalismo: um documentário sobre coisas importantes’ é atemporal

Que o capitalismo estimula o consumo desenfreado, todo mundo sabe. Mas será possível viver na contramão desses padrões de vida impostos pela sociedade? Autores e fundadores do site “The minimalists”, Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus mostram que sim. Lançado pela Netflix, o “Minimalismo: um documentário sobre coisas importantes”, do diretor Matt D’Avella, destrincha essa filosofia de vida e critica severamente os padrões impostos pela sociedade.

O documentário destaca que, desde a publicidade, seja em outdoors ou na TV, até a indústria da moda, somos levados a consumir de forma desenfreada. Por causa desses estímulos diários, criamos, mesmo que de forma inconsciente, necessidades por bens materiais, como as roupas da nova coleção e o mais recente modelo de celular. Começamos a entender que a felicidade está na aquisição de tais objetos de desejo e, com isso, ficamos ansiosos para ganhar cada vez mais dinheiro.

Apesar de ter sido lançado em 2016 e ser contextualizado nos Estados Unidos, “Minimalismo” é atemporal e facilmente aplicável na nossa sociedade. Com muitas críticas aos padrões do capitalismo, Millburn e Nicodemus viajam pelo país para divulgar o livro “O estilo de vida minimalista – Simplifique, organize e descomplique a sua vida” em palestras.

As sessões começam bem vazias, com apenas dois participantes, mas ganham força com o tempo. O sucesso é tanto que os dois amigos também são convidados para dar entrevistas em emissoras de TV. Mesmo com as críticas, Millburn e Nicodemus não negam o sistema e nem pretendem ‘catequizar’ ou forçar o espectador a aderir essa filosofia.

Pelo contrário, eles reforçam que é possível uma mudança de hábitos, aderir um consumo consciente e viver bem. É um filme que faz o espectador a refletir sobre seu estilo de vida e merece ser revisto em diversas fases da vida.

Avaliação: Excelente

Tijucana antes de ser carioca. Jornalista de profissão, não vive sem a dança nas horas vagas. É apaixonada por livros, música, arte de rua e exposições.

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