Lista: Todos os filmes do Universo Cinematográfico Marvel, do pior ao melhor
As 22 produções que compõem a Saga do Infinito
O Universo Cinematográfico Marvel, em 11 anos, trouxe 22 filmes que formam a chamada Saga do Infinito — contando a origem de boa parte dos heróis da Casa das Ideias, seus desafios pessoais e o confronto final com o titã Thanos, construído e dosando expectativas e entregando muito, muito fan service. O final de Vingadores: Ultimato abriu novas possibilidades para os personagens nas telonas e é difícil prever o que vem depois disso. O próximo filme, Homem Aranha: Longe de Casa, estreia em julho e tem a tarefa de estabelecer o cenário, podendo inclusive gerar novos parâmetros e servir como uma espécie de guia aos espectadores. Enquanto isso não acontece, Pitaya Cultural decidiu ranquear os filmes do UCM, do pior ao melhor.
De Homem de Ferro até aqui, foi uma longa jornada para a Marvel Studios, com alguns tropeços e outros momentos que ficarão no coração dos fãs. Lembrando: listas não são definitivas e a graça são as discussões provocadas por elas. O critério de escolha foi simples: realização cinematográfica. É um bom filme sozinho? E se conecta na chamada cadeia narrativa? Vale o aviso, esta lista contém spoilers, inclusive do último filme. A seguir, confira nossos selecionados:
22 – Thor: O Mundo Sombrio (2013) – Dir. Alan Taylor
Alguém tinha que começar essa lista, não é mesmo? Por mais que seja tentador colocar o Gigante Esmeralda nesta posição, o segundo filme do asgardiano se salva do desastre total apenas pela presença de Loki, interpretado por Tom Hiddleston, que leva tudo nas costas sem se levar a sério demais. O vilão Malekith, mal aproveitado, é um elfo com desejo de vingança dos mais bobos (Cristopher Eccleston faz o que pode, no entanto) e o confronto final, que deveria ser grandioso e ameaçador, quase vira um caso dentro da Marvel do que não fazer. O arco de Natalie Portman, como Jane Foster, é destruído quando ela se torna ‘a moça em perigo’. Thor: O Mundo Sombrio, tem seus momentos, a saber: a presença de Rene Russo como a mãe de Chris Hemsworth. O caso foi tão grave que Hemsworth quase não voltou para o terceiro da franquia.
21 – O Incrível Hulk (2008) – Dir. Louis Leterrier
Estreando no mesmo ano que Homem de Ferro, O Incrível Hulk falha por não se conectar aos parâmetros do Universo Cinematográfico Marvel. Liv Tyler faz uma Betty Ross que nunca mais apareceu em qualquer outro filme, Tim Blake Nelson se transforma no nêmesis do Hulk ao fim do filme, o poderoso Líder, mas…nem sinal dele por aí. A única ‘memória’ paira sobre William Hurt como o general Thaddeus Ross, que apenas serviu para exibir uma conexão um tanto quanto forçada ao fim de Ultimato. As cenas de ação são boas no terço final, mas Edward Norton é desperdiçado como um herói que consegue entregar camadas, e Tim Roth é pouco memorável como o Abominável. O filme talvez seja vítima de si mesmo, mas fato é que Marvel preferiu diluir o personagem ao longo dos últimos filmes, o que não deixa de ser uma pena.
20 – Thor (2011) – Dir. Kenneth Branagh
Olhando em retrospecto, Thor é uma espécie de amálgama entre o épico (na intenção) e o tom de comédia (discreto no personagem principal) que, felizmente, foi adotado e utilizado sabiamente no terceiro filme da franquia. A história de fundo tem suas boas sacadas: uma traição do irmão/briga familiar manda o nórdico turrão à Terra, onde ele conhece Jane Foster e lida com o Destruidor. Há um grande descompasso entre o que é mostrado em Asgard (onde facilmente o roteiro rende mais) e a Terra. Para os fãs, parecia uma boa carta de intenções e mais um tijolinho no caminho que chegaria ao universo dos Vingadores. Anthony Hopkins oferece muita dignidade como Odin e Natalie é melhor aproveitada aqui, muito embora o maior mérito seja a performance de Hemsworth e como o ator não se leva a sério, o que condenou a continuação.
19 – Homem de Ferro 2 (2010) – Dir. Jon Favreau
O que fazer após a bem-sucedida estreia de um dos personagens mais emblemáticos das HQs? A aposta errada foi dobrar tudo. Entre os vilões, Mickey Rourke dosa bem entre a canastrice e o conflito com seu Chicotada e mais encontros entre herói e vilão seriam melhores, mas são apenas dois. Sam Rockwell é exagerado desde sua primeira entrada em cena. O relacionamento da Pepper Pots de Gwyneth Paltrow e de Robert Downey Jr. como o homem-deus na armadura é quase escanteado em nome da ação exagerada, principalmente a luta com os drones ao fim, com a participação do excelente Don Cheadle como Máquina de Combate. Homem de Ferro 2quase desperdiça seu personagem principal entre os arroubos de arrogância (mérito de Downey Jr e demérito do roteiro) quase todos gratuitos e as falhas na condução da trama.
18 – Vingadores: Era de Ulton (2015) – Dir. Joss Whedon
Mais uma ‘sequência’ que tem muito pouco a oferecer, Vingadores: Era de Ultron mostra o grupo enfrentando Ultron (com voz de James Spader), uma criação de Tony Stark que se rebela e tem como missão extinguir a vida no planeta. Desde o primeiro momento, com os heróis invadindo a ficcional Sokovia, há ação despropositada para todo lado e muito jargão científico para sustentar tais batalhas intermináveis. A Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) é introduzida como uma rápida-vilã-caricata e o filme joga para a torcida geral na luta entre Hulk e Homem de Ferro, além de estabelecer algumas (fracas) bases para o que os Vingadores enfrentariam a seguir. Sintomaticamente, a Marvel decidiu não arriscar mais seu lucrativo negócio com o bom Joss Whedon, aquém de suas capacidades aqui, e chamou uma certa dupla para cuidar do resto.
17 – Homem-Formiga e A Vespa (2018) – Dir. Peyton Reed
Homem-Formiga e a Vespa é mais um filme da Vespa (Evangeline Lily) do que um trabalho em equipe com o personagem de Paul Ruddcomo o título sugere. A intenção é bem-vinda, mas as expectativas são altas e as entregas baixas. A dupla, cuja química se fortalece nesta continuação, entre resgates de fábricas aqui e brigas acolá, decide resgatar Michelle Pffeifer, a Vespa original, do temido Reino Quântico. Quando o momento finalmente chega, tudo é amarrado tão rápido que falta alguma coisa, inclusive nos antagonistas de Hannah John-Kamen, como Fantasma (vilã com razões, mas muito má desenvolvida), e Walton Googgins como o negociante de armas Sonny Burch (caricato com gosto). As cenas de ação não se sustentam e o desfecho é bastante previsível, mesmo com a inescapável sequência do pós-crédito.
16 – Capitão América: O Primeiro Vingador (2011) – Dir. Joe Johnston
O filme-pipoca-descompromissado do UCM. Baseado na experiência do diretor com o herói Rocketeer, Capitão América: O Primeiro Vingador conta a história de origem de Steve Rogers (Chris Evans) na Segunda Guerra Mundial e o confronto com o Caveira Vermelha (Hugo Weaving), que depois se tornaria a entidade a apresentar a Joia da Alma, e a organização nazista Hydra. Capitão América, um patriota correto, soca os supremacistas, vira celebridade e se torna um cruzado contra toda a vilania, em uma produção correta para o gênero, onde tudo (mesmo) acontece conforme o combinado. Esse é o problema principal: você já viu tudo isso antes, em dezenas de outras histórias de heróis ao longo dos anos. A diferença é uma roupagem um pouco melhor estruturada, com todo um universo à espera de seu heróis mais representativo.
15 – Homem de Ferro 3 (2013) – Dir. Shane Black
Após os exageros de Favreau, a Marvel decidiu optar por Shane Black, conhecido por filmes como Uma Noite no Museu eBeijos e Tiros. O cineasta cumpre o prometido e entrega o filme mais discutido e dividido do UCM até Ultimato. Homem de Ferro 3 tem o humor mais afiado da trilogia e ousa em apresentar uma reviravolta no seu terço final criativa, ainda que a construção se aproxime de filmes como O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Ben Kingsley se diverte a valer como Mandarim e mostra por que é um excelente ator. Guy Pearce, ótimo, precisa compensar a história clichê de Aldrich Killian com alguns exageros e suas motivações são rasas e pouco críveis, mas somente alguém como Black poderia amarrar uma história de heróis no mesmo contexto de filmes policiais dos anos 80, imprimindo sua marca dentro de outra.
14 – Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017) – Dir. James Gunn
Após o sucesso de Guardiões da Galáxia, James Gunn foi deixado com um pepino: como dar a mesma qualidade a um dos melhores filmes do UCM? Apostando na família como no primeiro, desta vez em uma longa discussão de relacionamentos entre pai e filho. Kurt Russell, a entidade cósmica conhecida como Ego, acerta o tom de cara é o maior destaque de Guardiões da Galáxia Vol. 2 e o filme ainda guarda boas surpresas, como a despedida um tanto quanto açucarada de Yondu (Michael Rooker). A insistência na repetição por parte do diretor, no entanto, pode trazer mais dissabores que conforto. As batalhas são genéricas, as relações entre os personagens soam repetitivas, as piadas parecem recicladas do primeiro e até a trilha sonora é inferior, ainda que com alguns bons momentos. Existe sempre um planeta vivo para salvar o dia.
13 – Capitã Marvel (2019) – Dir. Anna Boden e Ryan Fleck
A personagem mais poderosa de todo o UCM não ganhou um filme à altura. A direção dupla parece confusa em vários momentos e a mensagem de solidariedade e união, principalmente em relação à imigração, não tem a força necessária para deixar um legado. Brie Larson faz uma versão bastante contida em Capitã Marvel, com certas camadas aqui e ali, mas a culpa não é dela pela restrição, inclusive de seu potencial. O roteiro acerta ao destacar a parceria com Nick Fury (Samuel L. Jackson) e os personagens secundários têm seu destaque — Annette Bening parece grata como a Inteligência Suprema e Ben Mendelsohn tem uma de suas atuações da vida como o Skrull mau-bom. Os efeitos são pobres, a caracterização idem e até resoluções importantes são resolvidas apressadamente. Que a continuação faça justiça.
12 – Homem-Formiga – Dir. Peyton Reed
Filme de assalto e comédia com verniz de herói, Homem-Formiga aposta no grande carisma de Paul Rudd para fincar suas bases, resultando em um tiro no escuro. Tirando Guardiões da Galáxia, este é facilmente o filme mais engraçado do UCM, com destaque para Michal Peña na pele do impagável Evan. Há sempre destaque para as relações familiares (pais e filhos novamente) entre Scott Lang e sua filha Casey (Abby Ryder Fortson) e Hank Pym (Michael Douglas) e sua filha Hope, mas o resto sobra na edição. O Jaqueta Amarela de Corey Stoll é convincente, a luta entre os dois nos trilhos do trenzinho Thomas também, mas falta consistência para seu personagem principal. Reed tinha uma ferramenta versátil em suas mãos, mas preferiu segurar seu ator principal . É de se perguntar o que Edgar Wright (Baby Driver) teria feito.
11 – Doutor Estranho (2016) – Dir. Scott Derrickson
Doutor Estranho é como um paliativo para o universo Marvel, uma lufada de ar fresco em meio a uma certa sisudez inerente. Benedict Cumberbacth, no papel título, provavelmente é o melhor ator entre todos os heróis e não faz esforço para mostrá-lo. Seu Stephen Strange tem nuances e a entrega é palpável: os melhores momentos são a dobradinha com a também excelente Tilda Swinton, como sua mentora. As cenas de luta remetem a Matrix e A Origem, com destaque para o sagaz confronto final de Estranho com Dormamuu. Há falhas, como Mads Mikkelnsen tirando leite de pedra no papel de Kaecilius, unidimensional e mal escrito, bem como Rachel McAdams, que serve apenas de escada como o interesse amoroso de Strange. Ao mesmo tempo, a previsível continuação é mais promissora, atrás apenas de Pantera Negra.
10 – Homem-Aranha: De Volta pra Casa (2017) – Dir. Jon Watts
Tom Holland certamente é o melhor Homem-Aranha das telonas e o acerto de Homem-Aranha: De Volta pra Casa é o mergulho certeiro em seu universo, que não subestima os fãs do personagem e abre muitas possibilidades para o futuro. Michael Keaton dá vida a um Abutre com substância e motivações reais que os espectadores podem compreender e se relacionar com e a luta entre os dois é das mais marcantes do UCM. As homenagens aos outros filmes da Sony são acertadas, as sequências de ação são empolgantes e a relação com o Homem de Ferro certamente terá suas implicações na continuação com Longe de Casa e a vida do Peter Parker em idade escolar e suas amizades é bem feita, sem soar complacente. É um recorte inteligente de uma parcela da juventude (e idade adulta) que têm de encarar suas responsabilidades com firmeza.
09 – Capitão América: Guerra Civil (2016) – Dir. Anthony Russo e Joe Russo
O governo baixa uma lei para vigiar super-heróis. De um lado, o Capitão América é contra. Do outro, o Homem de Ferro quer fazer valer esse direito em nome da segurança. Capitão América: Guerra Civil se relaciona com embates políticos em várias partes do mundo, tempos estranhos que parecem persistir no imaginário coletivo. O vilão Zemo, do bom Daniel Bruhl, é ameaçador e interessante em seus planos contra os mocinhos, mas o que todo mundo quer ver é o embate entre os dois lados. A introdução do Homem-Aranha e do Pantera Negra é feita um pouco nas coxas, mas garante o fan service na luta no aeroporto. O conflito moral entre os dois heróis principais, muito mais do que a troca de pancadas, estabelece um bom arco dramático para Guerra Infinita, com um subtexto que não se enfraquece ao longo do tempo.
o8 – Os Vingadores (2012) – Dir. Joss Whedon
A chamada jornada do herói é cumprida como manda a regra em Os Vingadores. Há a ameaça que se intensifica aliada às forças extraterrenas, a briga obrigatória entre seus principais membros pelo espetáculo da plasticidade que, claro, logo percebem que a união faz a força, os sacrifícios em nome do bem comum e o dimensionamento do maligno em um confronto com contornos épicos. No fim, dá tudo certo e a mão segura de Whedon conduz e dá até certa profundidade para muitos de seus personagens, incluindo aí Gavião Arqueiro e a Viúva Negra. Há os momentos de tensão e de alívio, também combinados conforme o figurino. Não é um filme exatamente perfeito, nenhum dessa lista é, mas este aqui serviu de inspiração para outros realizadores amplificarem a escala de tudo e, novamente, entregar tudo aquilo que os fãs queriam.
07 – Homem de Ferro (2008) – Dir. Jon Favreau
Onze anos atrás, a Marvel Studios certamente não podia contar que um de seus grandes heróis do catálogo de HQs seria um sucesso estrondoso, fazendo liberar todo um planejamento que incluía conexões entre outros universos. Homem de Ferro mostra um Robert Downey Jr. muito à vontade dentro e fora de sua armadura, graças à própria personalidade do ator, que colocou aspectos da sua vida em jogo para entregar um personagem cheio de camadas. Enquanto Norton fora substituído por Mark Ruffalo, arrisco a dizer que Downey Jr. é o único insubstituível de toda a trupe. Ele “é” Tony Stark e muito do sucesso dos filmes se deve a ele. Ademais, temos um bom vilão preocupado apenas com si mesmo (Jeff Bridges, sempre versátil), cenas de ação que divertem e toda uma série de possibilidades com o fim. Não tinha como dar errado.
06 – Vingadores: Guerra Infinita (2018) – Dir. Anthony Russo e Joe Russo
Para o começo do fim,Vingadores: Guerra Infinita veio com o pé na porta. Basicamente, Thanos (um Josh Brolin compenetrado) está quase obtendo todas as Joias do Poder e vai passar por cima de todo mundo em seu caminho para isso. O Titã Louco basicamente se assemelha a políticos de correntes extremas, que crê piamente que os fins justificam os meios. Toda a realização de Anthony Russo e Joe Russo implica no confronto final em Wakanda, onde o vilão consegue seu intento e mata metade da vida no universo em nome de um suposto equilíbrio na vida. Por mais que seja bem realizado no aspecto técnico, há um pouco de bagunça em nome das explosões, luzes e o fan service, ainda que não dê muito para correr: é uma construção da vingança do faroeste, o intervalo que os espectadores têm de esperar para a aguardada satisfação.
05 – Thor: Ragnarok (2017) – Dir. Taika Waititi
Taika Waititi fez um bem danado ao Deus do Trovão e a todos os filmes da Marvel ao desconstruir e virar de ponta cabeça o universo do asgardiano. Thor precisa parar o Ragnarok e Cate Blanchett (excelente) de aniquilar seu povo, mas antes é enviado ao outro lado da galáxia para competir em uma gameshow comandado por um homem mais vaidoso que um pavão (Jeff Goldblum, feliz da vida) e para trocar uns sopapos com o Hulk de Mark Ruffalo. Ambicioso, colorido e cheio de novidades, Thor: Ragnarok veio como um bem-vindo resgate e, como toda ruptura, dividiu opiniões. Alguns não gostaram da abordagem mais cômica, outros acharam exagerada, e há os que acham o filme mais inventivo dos 22, como eu. Se Waititi de alguma forma continuar a fazer mais filmes para a Marvel, essa será a melhor decisão para o UCM.
04 – Capitão América: O Soldado Invernal (2014) – Dir. Anthony Russo e Joe Russo
A primeira continuação da saga do bandeiroso para a Marvel mostrou um outro filme, com muito mais inventividade. Aqui, os irmãos Russo constroem um thriller político e de espionagem clássico, que remete a muitos clássicos do gênero. O Capitão América descobre que, por trás da Shield, há um político que serve à Hydra (Robert Redford), que reativa seu amigo Bucky Barnes (Sebatian Stan), o transformando no Soldado Invernal, que faz missões de assassinato em nome da organização. A ação é bem dosada e caminha lado a lado com o subtexto de vigília governamental. Na categoria suspense, Capitão América: O Soldado Invernal é imbatível, bem como nas construções de personagens, o que certamente gabaritou os diretores a pegar os últimos filmes da franquia.
03 – Guardiões da Galáxia (2014) – James Gunn
Guardiões da Galáxia é o filme mais assistível de toda a lista. Ele é perfeito para quem é fã de heróis e para quem chegou agora e só quer algumas horas de entretenimento. A ideia de colocar uma trupa de heróis lado B da Marvel não daria certo com outro realizador. Guardiões é uma grande homenagem aos anos 80, da excelente trilha sonora às referências cinematográficas, que vão de Indiana Jones logo no começo a Conta Comigo. O sucesso também se deve a seus atores, todos caem como uma luva em seus respectivos personagens, e ao tema central, caro ao cinema americano como um todo: somente com a família unida, mesmo que os membros sejam uma árvore falante e um guaximim doido e armamentista, você pode superar qualquer dificuldade ou ameaça. Quem imaginaria que era possível matar uma grande ameaça apenas dançando?
02 – Vingadores: Ultimato (2019) – Dir. Anthony Russo e Joe Russo
É quase covardia colocar este aqui na briga, porque fecha um grande ciclo, dá fim às jornadas de vários personagens e aposta alto no emocional para ganhar o público. Por outro lado, quem sair do cinema para ir ao banheiro por alguns minutos, não está perdendo nada. Quem já viu Vingadores: Ultimato certamente se emocionou e vibrou com vários momentos, como a volta dos heróis mortos para enfrentar Thanos ou o Capitão América segurando o Mjolnir, a força das mulheres, nas reviravoltas (esperadas, mas reviravoltas) e espaço que cada um tem para brilhar. Nem tudo é perfeito, no entanto. A morte da da Viúva Negra, certamente mais carismática e interessante que o Gavião Arqueiro, acontece por um motivo bobo: ela não tem família física, mesma que a sua esteja ao lado de seus companheiros.
01 – Pantera Negra (2018) – Dir. Ryan Coogler
CompararPantera Negra com os outros filmes desta lista é injusto. O filme de Ryan Coogler é uma realização plena entre cinema de entretenimento e arte. Na história, T’Challa (Chadwick Boseman) revive o clássico caminho do herói, investigando a morte de seu pai e lidando com um vilão ressentido, Kilmonger (o ótimo Michael B. Jordan). Praticamente tudo é acerto na produção, que combina uma boa história com cenas de suspense e ação, não exagera nos efeitos especiais e marca território como nenhum dos 22 filmes, com muitas questões na mesa. Não à toa, vieram as indicações ao prêmio máximo do cinema americano e as menções em listas de melhores do ano de críticos e cinéfilos de todo o mundo. Talvez seja o primeiro filme de herói afrofuturista, uma verdadeira porrada nas convenções do gênero. Que venha a continuação.