‘Vingadores: Ultimato’ celebra franquia em camadas de catarse

 em cinema e tv

Filme fecha ‘Saga do Infinito’ com maestria e reúne momentos memoráveis

Alegria, tristeza e catarse. Se você assistiu aos 21 do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, no original) antes de Vingadores: Ultimato, prepare-se para uma experiência recompensadora e emocionante vinculada neste triunvirato. Tudo que os diversos roteiristas, produtores e diretores construíram até o capítulo derradeiro da ‘Saga do Infinito’, para o bem e para o mal, é celebrado em 3h de momentos incríveis, alguns deles certamente memoráveis na história do cinema de entretenimento. Os diretores Joe e Anthony Russo, continuam Vingadores: Guerra Infinita de onde pararam: abalados física e emocionalmente após a extinção de metade da Terra, os heróis decidem se vingar de Thanos, o maior algoz do grupo, enquanto lidam com suas perdas pessoais.

Contar mais do que isso seria um desserviço. O que Ultimato oferece desde o primeiro frame é uma narrativa bem construída, que intercala momentos de humor com uma tensão crescente até a sua resolução. Os irmãos Russo fecham arcos ao mesmo tempo que abrem novas e ricas possibilidades para os personagens sobreviventes à ira do Titã Louco, cada qual com sua complexidade e seu devido momento de brilho. O filme, no entanto, é dos componentes originais — Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Hulk, Gavião Arqueiro e Viúva Negra — com maior destaque para o primeiro trio. Neste ponto, Chris Evans, Robert Downey Jr. e Chris Hemsworth fazem valer seus alteregos e entregam boas atuações, um presente para os fãs.

É covardia comparar todo o resto que veio antes, pela vantagem da próprio sentimentalismo da despedida que Vingadores: Ultimato explora sem medo de cair no piegas, o que acaba acontecendo em algumas passagens. Basicamente, o filme se divide em dois, com a construção do plano contra Thanos e a jornada de cada vingador no processo, marcada por bastante emoção. Os diretores oferecem o que melhor sabem fazer e transitam do thriller de Capitão América: O Soldado InvernaleCapitão América: Guerra Civil com acenos para o gênero de assalto, com resultados surpreendentes. É difícil segurar as lágrimas em momentos pontuais e, principalmente, no terço final: tudo é montado quase milimetricamente para agradecer a quem veio até aqui com a Marvel.

A cena do combate final, majestosa e repleta de surpresas para os fãs a cada quadro, é um exemplo de cinemão de qualidade. Com uma escala inigualável, é inevitável que sua sessão aplauda ou vibre com o que é apresentado na telona — blocos de catarse que finalmente se juntam e não havia como ser diferente. Pode-se questionar a forma como um ou outro herói é retratado, mas nunca a imagem que eles representam para o coletivo, o que também justifica a metragem da obra. Se apressada, seria insuficiente ou se demorada, mero produto para iniciados, mas sabiamente seus realizadores se afastam desses caminhos perigosos e buscam a completude. A própria essência do que é ser heróis, por exemplo, é praticamente um subtítulo da produção.

Outro ponto a favor é a definição do que fazer com os seus. Se a tendência é que determinado segmento caia para o humor, isso será cumprido. Para a ação, momentos de crescendo se conectam à grande batalha, é preciso lembrar que este também é um filme que se vende sozinho e sabe bem onde está mirando. Por fim, Vingadores: Ultimato é uma grande celebração (atenção para a participação de Stan Lee, que ilustra como nunca a natureza do filme) que carrega na essência para entregar grandeza, conseguindo ainda antever um futuro grandioso.

Avaliação: Excelente

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