Entrevista: “Comecei a escrever para salvar meu pai de uma crise financeira”, conta Aline Bei

 em literatura

Com uma prosa poética, profunda e, ao mesmo tempo, delicada, a escritora Aline Bei lançou o livro “O peso do pássaro morto” (Editora Nós), em setembro de 2017, e já conquistou a crítica literária. A publicação da obra ocorreu após uma oficina-concurso do escritor Marcelino Freire, na qual a paulistana ganhou o Prêmio Toca, em 2016. Em entrevista ao Sapoti Cultural, ela contou que começou a escrever para ajudar o pai a sair de uma crise financeira. Já em relação ao espaço dado às mulheres no meio literário, a autora ressaltou que as escritoras precisam ainda de mais divulgações. Na entrevista, mantivemos a forma poética nas respostas de Aline.

1) Como começou sua relação com a literatura? Quando começou a escrever e quando quis levar a literatura de forma mais profissional?

comecei a escrever pra salvar meu pai de uma crise financeira. escrevi um livro de poemas

em um caderno do

pernalonga e tinha certeza

que tudo daria certo para o meu pai a partir dali.

eu também lia muito quando criança, adorava bibliotecas.

acho que a minha relação com a Literatura começou de dentro.

2) Você sempre recebeu apoio da sua família na literatura? De que forma?

minha família sempre me apoiou. quando descobriram que eu gostava de ler me davam livros.

minha casa não tinha livro antes de mim.  

3) Conte-me um pouco mais sobre a produção do livro ‘O peso do pássaro morto’. Quando você começou a escrevê-lo? Qual foi sua inspiração para o livro?

comecei a escrever o Pássaro em 2016. decidi então participar de uma oficina-concurso promovida pelo escritor Marcelino Freire e consegui publicar meu livro através do prêmio Toca.

agora a ideia do livro começou mesmo pelo título.

quando eu era criança a gente tinha pássaro em casa e minha mãe pediu pra eu segurar o bichinho pra cortar a unha dele. ela foi pegar o cortador. na espera o pássaro morreu

de susto

na minha mão

que ficou muito estranha

depois da morte, pesada mesmo,

essa sensação nunca mais me abandonou.

4) Falando um pouco sobre mulheres no mercado editorial, como você vê a atuação hoje das escritoras no mundo literário? Você acha que houve um crescimento delas no setor?

acredito que sim, mas falta muito. o importante é seguirmos juntos na luta.

5) Você já sofreu algum tipo de preconceito na literatura ou soube de algum caso? Qual?

não.

6) O que ainda falta melhorar na literatura em relação ao espaço dado às escritoras?

mais divulgação. tanto em feiras quanto nas próprias livrarias, também nas mídias. tem muita escritora boa em atividade,

sorte a nossa.

‘O peso do pássaro morto’ foi lançado em 2017

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