Andrezza Santos lança ‘Carranca’, segunda parte do disco ‘Eurotrópica’

 em música

‘Carranca’ tem co-produção da juazeirense Josyara, que também canta em uma das quatro faixas do EP de Andrezza Santos

 

A cantora Andrezza Santos lançou a segunda parte do disco Eutrópica‘. O nome escolhido foi ‘Carranca‘, o amuleto de boa sorte e proteção típico dos barcos que navegam o Rio São Francisco. Dada a força do símbolo na cultura local, a cantora escolheu para o título da segunda parte de seu novo álbum este nome que diz muito sobre a vivência baiana e pernambucana, os mitos, os rituais e crenças.

Em ‘Carranca’, conjunto de quatro faixas, a cantora apresenta agora a vida no interior, a cidade de Juazeiro como cenário, banhada pelo Velho Chico, com seu “tempo dilatado”, diferente da capital São Paulo, onde nasceu Andrezza e para quem ela dedicou a primeira parte de ‘Eutrópica’, ‘Sapopemba‘, que simulava a toada caótica das grandes cidades.

“‘Carranca’ é o oposto. O clima relaxante é influenciado pelas paisagens do Vale do São Francisco e trazem um colorido extra que inspira as harmonias abertas, coros cheios e timbres mais brilhantes na guitarra, que é “pra dar um calor” no trabalho”. Ouça as músicas aqui.

Já na abertura, “Eu vou, você vem?”, Andrezza convida Josyara, juazeirense renomada, para dividir uma neo psicodelia com o samba de coco. O convite à Josyara se estende também para a coprodução musical de ‘Carranca’, feita de maneira online e um verdadeiro exercício de criatividade para ambas.

Josyara comenta que foi um processo muito diferente para ela, que compôs a partir do fluxo de ideias de uma outra pessoa: “Acho que conseguimos, a partir de um lugar de que não nos conhecíamos, não tínhamos intimidade, nos aprofundar nas nossas vivências, que são parecidas. Fiquei muito contente e surpresa com o pouco tempo que tivemos para desenvolver algo que fale sobre a gente e que, musicalmente, na questão de arranjo, passasse essa ideia de um lugar que é esse ponto de encontro, o Rio São Francisco, o ponto de saída e o ponto de chegada, lugar de contemplação, lugar de onde se navega para todos os cantos. Eu que saí de Juazeiro e agora moro em São Paulo, e Andrezza, que fez o caminho inverso, saiu do Sudeste para Juazeiro, foi interessante que a gente conseguiu falar de um movimento tão importante para nossas vidas, que revolucionou em vários âmbitos nossas carreiras, e traduzir isso em canções”, diz.

Nas faixas seguintes, ‘Carranca’ tem desde flertes com o xote em “O Aquário e O Caranguejo”, uma balada romântica-surrealista que ganha volume com várias camadas vocais, até a lullaby “Revoada” (canção exclusiva do espetáculo “Revoada”, do coletivo de bailarinos TRIPPÉ, da região do Vale). Em “Ciranda Feminina”, como já entrega o título, deixa aflorar a grande influência da música pernambucana, combinando a rítmica da ciranda com sequenciadores, guitarra, arranjo de metais e uma levada de axé music.

Com ‘Carranca’, ‘Eutrópica’ vai ganhando forma e mostrando seus desdobramentos: o movimento urbano que se torna calma interiorana que deságua no mar, tema da próxima e última parte do disco.

O projeto ‘Eutrópica’ tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia), via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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