Festival IMuNe dá protagonismo para negros na música e terá Elza Soares em superlive

 em música

Festival do coletivo IMuNe, criado por Bia Nogueira, dá visibilidade para artistas negros e reforça debate em segunda edição

 

Nome do coletivo de mesmo nome, o Festival IMuNe traz em sua essência a busca do protagonismo dos negros na música e na sua segunda edição reforçou esse debate . No encerramento do evento, no dia 26 de setembro, a uma das atrações será a deusa Elza Soares, juntamente com Flávio Renegado.

O show, nomeado de “IMuNe Experience“, também terá apresentações do coletivo IMuNe, Meninos de Minas, Favelinha Dance e MC Dellacroix, além de uma surpresa. O evento com o carimbo mineiro será projetado em paredes de prédios de Belo Horizonte e transmitido no canal do YouTube do IMuNe.

Favelinha Dence | Luana Abreu

“O espetáculo é uma experiência artística e questionadora que traz a profusão da música e do teatro em grande live exibida através do Youtube do coletivo IMuNe e projetada em duas empenas de Belo Horizonte: no Centro e no Aglomerado da Serra. A escolha dos locais foi estratégica para que os moradores consigam assistir de suas janelas, ampliando para mais pessoas essa experiência”.

“Como reiniciar a experiência negra em solo inimigo? Se imunizando das pragas do apagamento histórico. Contando as histórias que foram afogadas no mar, cantando as canções castigadas sem ar. Os shows que compõem o espetáculo-live representam a saga do contador de histórias, cujo nome será anunciado na próxima semana”, defende o coletivo.

O “IMuNe Experience” marca o encerramento do festival, patrocinado pela Natura Musical, mas não as ações do IMuNe, que segue lançando videoclipes até novembro. Até agora, o coletivo IMuNe lançou três clipes: “Podemos Fazer”, “Me Deixa Dançar” e “Movimento é Poder”.

Até dia 4 de outubro também rola a campanha Imunidade Sonora, que tem três objetivos: a geração de renda mínima para artistas negres, chamado “bolsa-artística”, que se dará através do edital. Nele, 17 artistas foram contemplades com um auxílio-carreira de R$ 300,00 e cinco foram selecionades para o showcase virtual dentro da programação “Rolezinho IMuNe”, com bolsa artística de R$ 500,00; a doação para instituições sociais que atendem pessoas negras e em vulnerabilidade social; e a contribuição para os artistas negres envolvidos na construção do Festival IMuNe e ampliação das bolsas para artistas inscritos no edital a partir das doações feitas no site Gofrre.co até 04 de outubro. Para estas ações, o festival convida a todes para contribuir com a campanha, doando qualquer quantia através do link: https://www.gofree.co/imunidadesonora

Sobre o IMuNe

Formado por Bia Nogueira, idealizadora do coletivo, Cleópatra, Gui Ventura, Maíra Baldaia, Raphael Sales e Rodrigo Negão, o IMuNe surge como plataforma de criação artística que conecta presencial e virtualmente pessoas negras da música, desconstruindo o nosso infeliz histórico de invisibilização devido ao racismo estrutural e revelando potências que vibram cada vez mais.

“O IMuNe é uma plataforma agregadora de artistas negros. Nosso desejo é potencializar a carreira de músicos e musicistas pretes por meio de uma atuação em 360°, promovendo ações que vão da produção à divulgação, passando pela distribuição, agenciamento e apoio financeiro para a criação”, afirma Bia Nogueira.

O coletivo IMuNe | Renca

O projeto IMuNe – Instante da Música Negra, nasce em 2016, com a ideia de reunir novos nomes da música mineira, promover encontro entre gerações, distribuir produtos fonográficos, produzir conteúdo musical como videoclipes, programas de web, gerar um banco de dados online e conduzir carreiras de artistas. Mais do que tudo, um espaço para provocar questionamento: “quais são os instantes em que a música produzida por negros ocupa os palcos e meios de comunicação no Brasil?” A interrogação lhes provoca vontade de debater acerca do racismo.

Em quatro anos de atuação, o grupo já desenvolveu diversas ações de incentivo em cidades como Belo Horizonte, São Paulo e Juiz de Fora: Mostra IMuNe, que selecionou mais de 30 músicos pretos para apresentações em Belo Horizonte. O primeiro Festival IMuNe em 2016, que teve Chico César como homenageado; Mostra Permanente IMuNe; IMuNe em Festa; IMuNe in Festa: Mostra IMuNe São Paulo; Mostra IMuNe no Aquilombô e muitos outros. Agora, em 2020, o Coletivo IMuNe amplia suas ações tornando-se também um grupo musical formado por seus seis integrantes – Bia Nogueira, Cleópatra, Gui Ventura, Maíra Baldaia, Raphael Sales e Rodrigo Negão, onde todos cantam, tocam e compõem, lançando oito videoclipes para marcar essa estreia enquanto banda.

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