Lançamentos musicais para ficar de olho em 2020 – Parte I

 em música
Depois de um 2019 assustador em vários sentidos, a cultura brasileira resiste e reage, aos poucos. Na música, a diversidade e o tom político foram pontos em comum na produção fonográfica, cenário que deve se repetir em 2020. A Pitaya Cultural selecionou uma lista com Lançamentos musicais para ficar de olho em 2020, separada em duas partes. Confira:

ÀIYÉ

Foto: Hannah Carvalho/Divulgação

Depois de anos como baterista da banda carioca Ventre, Larissa Conforto assina como ÀIYÉ em projeto solo, explorando o futurismo ancentral a partir de beats eletrônicos, tambores e ativismo. No ano passado, ela já havia divulgado dois singles, “Pulmão” e “Terreiro”, que farão parte de seu primeiro EP, “Gratitrevas”, a ser lançado em abril pela Balaclava Records.


Andrea Boaventura

Médica, poeta e compositora, a carioca Andréa Boaventura já publicou três livros de poesia, sendo os dois últimos premiados pela União Brasileira dos Escritores. Há apenas dois anos, lançou o primeiro EP, “Lado B”, misturando rap e forró, além do álbum “Forró do Céu” com a banda Mana Fulô. Em 2020, já lança o single “Canto da Lua”, um ijexá sobre a importância da música na sua vida e no mundo, com produção e arranjo de Daniel Lemos e participação especial do pianista Lulu Martin (Heróis da Resistência; Ed Motta).


Arnaldo Antunes

Ao cantar a realidade distópica do governo Bolsonaro em “O Real Resiste”, Arnaldo Antunes foi censurado em uma TV estatal. O novo álbum solo, sucessor de “RSTUVXZ” (2018), já foi gravado, entre julho e agosto de 2019 e recebe o mesmo nome do single vetado. Neste novo trabalho, os nomes das dez faixas foram reveladas pelo próprio Arnaldo e há outra já conhecida do público: “João”, que ele interpretou no Fantástico em julho, em homenagem a João Gilberto.


Ave Máquina

Após estrear em 2019 os clipes “Terra Oca” e “Me Dou Mal”, esta com participação de Anna Lu, a banda carioca Ave Máquina finalmente terá um registro ao vivo de suas composições no dia 27 de janeiro, com a gravação do Estúdio Showlivre. O grupo tem a cantora e atriz Katia Jorgensen nos vocais e uma pegada progressiva, que promete disponibilizar o trabalho em todas as plataformas, incluindo outras conhecidas do público, como “Zumbi Tropical”, “Dendê” e “A Mulher que Amou Demais”.


Diggo

Diggo tem 23 anos e compõe desde os 16. Autor de grande sucesso do Carnaval em Salvador de 2019, com “Abaixa que é tiro”, gravada pelo Parangolé, ele também compôs “Hipnotizou”, para o Harmonia do Samba e “Contatinho” para Léo Santana. Recentemente, resolveu dar voz às suas músicas e no fim do ano passado lançou o single “Sou eu”. Para 2020, ele promete sons inéditos, com pegada mais orgânica e recheada de influências, que vão do pagode baiano a Chris Brown, Anselmo Ralph e a música angolana.


Eddie

Ainda nos primeiros minutos do Ano Novo, a banda pernambucana Eddie, que completou 30 anos em 2019, soltou “Atiça”, como parte de um lançamento maior ainda para este ano. São cinco faixas, como o lado A do oitavo álbum do grupo, cujo lado B só chega ao público em abril, digital e em vinil. De tom político e mergulhado no frevo, “Atiça” tem faixas inéditas e uma regravação de “Na veia”, sucesso do Cordel do Fogo Encantado.


Eletrique Zamba

Nascida em Amsterdã, em 2012, a banda migrou para Teresina (PI) e, agora, Parnaíba – segunda cidade mais populosa depois da capital piauiense. Em 2020, sai seu “Vol. 2”, com 15 faixas. Lívio Nascimento, ex-integrante e atual colaborador sentencia: “Esse disco tem que ser um disco de guerra”. Faz sentido, entre os temas abordados estão manipulação midiática, racismo, gentrificação, intolerância e violência contra a mulher – a maioria das faixas compostas a partir de samples.


Gabriel Muzak

Radicado em Portugal, o músico e produtor Gabriel Muzak promete lançar um disco por mês em 2020. Ele adianta que serão temas diversificados e inclui músicas com Aline Frazão, Deize Tigrona e sua banda Carapaus Afrobeat. Recentemente, lançou a faixa “Você Sabe”, gravada e mixada no Estúdio Bossa Nômade.


Humberto Barros

O tecladista já tocou com grande parte da geração 1980 do rock nacional e atualmente acompanha Frejat em sua carreira solo. Humberto Barros está gestando desde 2017 seu quinto disco solo, sucessor de “Longe Longe”, que saiu naquele ano. Segundo o artista, mulheres importantes para ele o ajudaram nas canções e participam da nova obra, que deverá se chamar “Experiência #5” e terá cerca de 13 faixas e alguns videoclipes. Humberto completa que “a lama em que estamos mergulhados influenciou com alguma dosagem de melancolia extra”.

Ainda em 2020, ele deve lançar também, com o cantor e compositor Leoni, o baterista Lourenço Monteiro e o poeta Fabiano Calixto um trabalho eletrônico, de tom mais político e obscuro. Idealizado por Leoni, a produção coletiva, ainda sem data de estreia, contará com três faixas e um site.


jongui

O elogiado disco “Elétrico fio que teço” (2017), do cantor, compositor e produtor jongui continua rendendo frutos e um clipe ao vivo com a participação de Lucas Santtana será lançado em breve. Ele completa que o próximo disco também já está “bem adiantado”.


Kumpinski

Depois de de 15 anos a frente da banda Apanhador Só e três álbuns de estúdio, o porto-alegrense Kumpinski finalmente lançará um disco solo, previsto para abril. Em entrevista à Pitaya Cultural, em novembro de 2018, o artista já considerava a “ideia de poder estar mais como uma partícula solta no mundo para os caminhos acontecerem naturalmente”. Da nova leva, ele já lançou os clipes “Cartilagem” e “Vulcão”.


Letrux

Letícia Novaes não “passou batida na festinha” depois de encerrar as atividades de sua banda Letuce e estrear solo como Letrux e o arrebatador “Em noite de climão”. Premiado e com diversas participações em festivais, o disco virou um DVD ao vivo, recém-lançado, gravado no Auditório do Ibirapuera. Seu sucessor, segundo a artista, já está “pronto”, marca seus 15 anos de carreira como cantora (ela também é atriz e escritora) e foi contemplado com o edital da Natura Musical.


Lucas Vasconcellos

Produtor, cantor, compositor e músico requisitado, Lucas Vasconcellos voltou às origens ao se mudar do Rio de volta para a Região Serrana fluminense, onde mantém o mantém o estúdio Pavão Preto. Em 2020, o ex-Letuce lança seu terceiro disco solo, fruto dessa “nova atmosfera, dessa vivência mais rural e tranquila”. Ele explica que, mesmo acompanhando a Legião Urbana e produzindo bastante gente em seu espaço, teve tempo para escrever canções de “verniz mais contemplativo”.

Mateus Aleluia

Foto: Divulgação

Um dos “verdadeiros arquitetos da música brasileira”, como diria Marcelo D2, o baiano de 76 anos surgiu para a cena musical com o lendário Os Tincoãs e apresenta seu terceiro trabalho solo, onde registra os cantos dos orixás, captados na África. No primeiro disco desde “Fogueira Doce” (2017), Mateus Aleluia traz cantos do povo bantu, os nksies, e deuses ancestrais de Benim, os voduns. Também para 2020 está previsto o lançamento do documentário biográfico Aleluia – O canto infinito do Tincoã.


Medina Club

Projeto do cantor, DJ e compositor carioca Vitor Medina, voltado exclusivamente à música eletrônica, o Medina Club chegou às plataformas digitais com single trilíngue e clipe em “Dance Where You Are” pela Fluve / Som Livre / Paradise Music. O lançamento foi produzido por ele, em parceria com seu amigo e produtor Lil T, que também dirige o vídeo. O trabalho marca o retorno do artista aos palcos e tem influências de synthpop, dance e indie. Em 2016, Vitor lançou de forma independente o disco indie/folk “Persona”, que teve como destaque o hit “Colabora”.


Tata Ogan

A DJ e produtora niteroiense está há cerca de dez anos sem lançar material inédito e, já para fevereiro, apresenta uma track (junto com clipe) produzida por ela e gravada no Redbull Station, com Laylah (Feminine Hi-Fi), a guitarrista Anna Tréa (ex-Emicida) e as meninas do Côco de Oyá (SP).


Valciãn Calixto

O piauiense despontou nacionalmente com o elogiado disco “FODA!”, lançado em 2016. Ainda no primeiro semestre deste ano, Valciãn Calixto promete lançar seu segundo trabalho, com participações de artistas do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia. Intitulado “Nada Tem Sido Fácil Tampouco Impossível”, o disco terá nove faixas e o primeiro single, “Deus Nos Livra”, já saiu em dezembro.

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