Morre Aldir Blanc por Covid-19 no Rio

 em música

Autor de versos inesquecíveis da música brasileira, artista não resistiu à gravidade do novo coronavírus

Nascido no Estácio, na Zona Norte do Rio, em 1946, Aldir Blanc faleceu nesta segunda-feira, 4 de maio, vítima de uma infecção generalizada decorrente da Covid-19. Seu estado de saúde, delicado, era acompanhado com atenção pelos amigos por meio de informes da filha Isabel. Ele estava internado no CTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, desde o dia 15 de abril.

Vascaíno e salgueirense, Aldir Blanc Mendes ingressou na faculdade de medicina ainda em 1966, onde se especializaria em psiquiatria, mas se destacou em versos memoráveis do cotidiano carioca, denunciando a desigualdade social e sendo ferrenho defensor da democracia.

Seu début na música ocorreu na parceria com João Bosco em “Agnus sei”, lançada no lado B de um disco em 1972, pela revista O Pasquim, cujo lado A era “Águas de Março”, de Tom Jobim. A dupla veio a compor verdadeiros clássicos da MPB, como “De frente pro crime”, “Kid Cavaquinho”, “Linha de Passe”, “O mestre-sala dos mares” e, claro, “O Bêbado e a Equilibrista”, imortalizada por Elis Regina e que se tornou um marco da anistia. A Pimentinha também foi uma das principais intérpretes dessas colaborações.

Além de João Bosco, Blanc teve vários outros parceiros, como Guinga, Moacyr Luz, Cristóvão Bastos, César Costa Filho, entre outros. Pouco atribuída a ele, o enorme sucesso “A Viagem” foi escrita ao lado de Cleberson Horsth, pianista do grupo Roupa Nova. Como cronista, publicou diversos livros, tais como “Rua dos Artistas e Arredores”, “Direto do Balcão”, “Porta de Tinturaria” e “O Gabinete do Doutor Blanc”.

Uma das músicas preferidas deste que vos escreve é “Amigo é pra essas coisas”, parceria de Aldir com Sílvio da Silva Júnior, imortalizada pelo MPB4, que registrou no palco ou em discos diversas obras.

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