Muxima Muato reúne sete mulheres que mostram a força da artista brasileira em show recheado de homenagens

 em música

Live no Youtube acontecerá no dia 7 de março, às 16h, véspera do Dia Internacional da Mulher, e marca o lançamento do primeiro EP e do podcast nas plataformas digitais

 

O grupo Muxima Muato reúne sete mulheres, cantoras, compositoras e instrumentistas, que fará um show regado de potência e força, numa grande homenagem às artistas brasileiras. A apresentação no Youtube acontecerá no dia 7 de março, às 16h, véspera do Dia Internacional da Mulher, e marca o lançamento do primeiro EP e do podcast nas plataformas digitais.

A live será transmitida pelo canal Fitamarela direto do Parque das Ruínas, em Santa Teresa, Região Central do Rio. Fazem parte do projeto sete mulheres: as cantoras Dorina, Nina Rosa e Bia Aparecida, mais as instrumentistas Carol D’Ávila (direção musical e sopro), Georgia Câmara (percussão), Samara Líbano (violão 7 cordas) e Yasmin Alves (cavaco).

Muxima significa “coração” em Quimbundo e Muato é “mulher”, também na mesma língua africana. “Muxima Muato, nome sonoro, que pede bico nos lábios ao ser pronunciado, batiza este encontro de instrumentistas, cantoras e compositoras que uniram forças e seu amor pela música para falar diretamente ao coração do público e aos seus próprios”, explicam.

O grupo fará reflexões acerca do universo feminino, seus desafios, belezas e possibilidades. Buscando as vozes contemporâneas e a ancestralidade, durante a live, as canções serão costuradas com textos de Elisa Lucinda, Cora Coralina e Clarice Lispector, que se viva fosse, teria completado 100 anos em dezembro de 2020.

No repertório estarão as sete músicas que fazem parte do EP: regravações de “Eita Nós” (Luli e Lucina); “Poema Didático” (Socorro Lira e Mia Couto); “Perdeu” (Ana Costa e Mu Chebabi) e a versão instrumental de “Forrobodó” de Chiquinha Gonzaga, além das três canções inéditas “Peça Desculpas”, de Fátima Guedes; “Negra Linda”, de Déa Santos e Hamilton Fofão e “Rio e Oceano”, de Yasmim Alves e Raul DiCaprio.

Também haverá espaço para homenagens a mulheres como Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Clara Nunes, Rosinha de Valença, Joyce Moreno, Manu da Cuíca, Leci Brandão, Sueli Costa, Teresa Cristina e Nilze Carvalho. Elas serão lembradas por canções que compuseram ou interpretaram, como “Cantar” (Teresa Cristina), “Zé do Caroço” (Leci Brandão), “Sonho Meu” (Dona Ivone Lara / Délcio Carvalho), “Alguém Me Avisou” (Dona Ivone Lara), “Menino Velho” (Toninho / Romildo), “Água de Cachoeira” (Jovelina Pérola Negra / Labre E Carlito Cavalcante), “Samba dos Ancestrais” (Martinho da Vila / Rosinha de Valença), “Feminina” (Joyce Moreno), entre outros.

Além da gravação do primeiro EP, também estará disponível, nos principais aplicativos de música, um podcast com sete episódios reunindo entrevistas feitas pela jornalista e cantora Bia Aparecida, em um bate-papo com Lucina, Socorro Lira, Ana Costa, Fátimas Guedes, Déa Santos e Yasmin ALves, compositoras que compõem o repertório deste álbum. O sétimo episódio traz a jornalista falando da importância de Chiquinha Gonzaga.

Seguindo a proposta original do Muxima Muato, que é valorizar artistas mulheres brasileiras, Thaís Simões, a responsável pelo cenário e os figurinos, vai homenagear a artista Maria Auxiliadora (1935-1974), se inspirando nos trabalhos desta pintora negra e autodidata, que trouxe nas suas obras temas afro-brasileiros como terreiros, candomblé, orixás, samba e capoeira. Não esquecendo dos assuntos mais amplos como a vida no campo, a natureza, as mulheres, a liberdade e os amores. O palco terá elementos da peça intitulada “Candomblé” (1968) e as vestimentas inspiradas nos orixás pintados por Maria.

Muxima Muato traz a voz da mulher em primeiro plano, exposta através das compositoras e poetisas, “essa voz poderosa, mas que por vezes fala baixo e manso, e que às vezes grita”.

A proposta é mostrar o poder que as produções da mulher artista brasileira têm de trazer, ” energia de tirar os véus, descascar a cebola e, na troca e na arte, criar algo sólido e abundante capaz de modificar o que parece duro inflexível e inerte”.

Muxima Muato iniciou seu caminho realizando shows em alguns palcos da cidade do Rio de Janeiro em 2018. E mantém até hoje a formação original da banda. Juntas, elas levam o público a reflexões acerca do universo feminino, seus desafios, belezas e possibilidades.

AS INTEGRANTES DO MUXIMA MUATO

BIA APARECIDA começou a cantar em festivais independentes, como o promovido, há alguns anos, pelo Carioca da Gema, no Rio, sendo uma das finalistas. Hoje, além de acompanhar a mãe Dorina em seus shows, fazendo backing e cantando como solista algumas de suas músicas, tem um trabalho próprio, voltado para o samba, o choro e a MPB. Sua estreia fonográfica se deu em 2010 no CD “Brasileirice”, de Dorina, na faixa “Flor Voadeira”, tida, espontaneamente, pelas rádios especializadas como a música de trabalho do disco. O duo reunindo mãe e filha, mostrou que Bia estava pronta para dar passos mais largos, fazendo jus ao DNA de bamba. Nos tempos de Pandemia, logo no começo de 2020, ela ganhou muitos fãs importantes com sua websérie #praalmansoseatrofiar com elogios rasgados de Nei Lopes, Teresa Cristina, Luis Pimentel, Alberto Mussa e até Guinga que amou sua sensibilidade ao falar de música.

CAROL D’ÁVILA é mineira de Ubá, nascida e criada em família de músicos. É flautista, saxofonista, compositora e arranjadora, integrante de Itiberê Zwarg e Grupo. Iniciou seus estudos de flauta com seu avô Milton d’Avila, mas começou a se especializar no instrumento somente em 2004 na Escola Portátil de Música, quando na mesma época iniciou sua profissão nos grupos de Samba O Roda (com Bianca Calcagni e Ana Costa) e Nois num Semos Tatu. Sua flauta, sax e arranjos podem ser encontrados em mais de 30 discos gravados desde então. Já acompanhou intérpretes como Monarco, Nelson Sargento, Walter Alfaiate, Elza Soares; e Ney Matogrosso cantando Cartola.

DORINA – em sua bagagem, construída nos últimos 25 anos, muitas conquistas. Entre elas, foi vencedora do Prêmio Sharp na categoria Melhor Cantora de Samba do Ano (2005) e congratulada com a medalha Chiquinha Gonzaga (2011), concedida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro a personalidades femininas que tenham se destacado profissionalmente em causas humanitárias, artísticas, democráticas ou culturais. Lançou 8 CDs e 2 DVDs, trabalhos de qualidade realizados de forma independente. Mentora do Mulheres de Zeca, Dorina também ficou conhecida por fazer, ao longo de sua carreira, homenagens preciosas a amigos como Almir Guineto, Aldir Blanc e Luiz Carlos da Vila. Com 30 anos de carreira, produziu 9 Cds e 2 DVDs.

GEORGIA CAMARA é baterista e percussionista, caminhando para 20 anos de atuação profissional, formada em Licenciatura em Música e no Bacharelado em MPB pela UniRio. Teve a oportunidade de integrar bandas em shows, espetáculos ou gravações acompanhando artistas como Zelia Duncan, Simone, Tita Parra, Aurea Martins, Hermeto Pascoal, Itiberê Zwarg, Marcio Bahia, Gilberto Gil, Wilson das Neves, Francis Hime, Mestre Odilon Costa e Andrea Dutra. É uma das integrantes fundadora da Orquestra Lunar que teve seu CD homônimo indicado ao Prêmio da Musica Brasileira na categoria Melhor Grupo de MPB. Integroua banda da cantora Zelia Duncan e participou da tournée do CD “Amigo é Casa”, com Zelia Duncan e Simone. Participou da Itiberê Orquestra Família tendo gravado os CDs “Pedra do Espia” e “Calendário do Som”, e muito mais.

NINA ROSA representa a geração de novos talentos da música brasileira, despontando no cenário do samba com sua voz marcante e interpretação forte. Em sua trajetória, já dividiu palcos e rodas com os grandes Leci Brandão e Nei Lopes. Também é compositora e percussionista. A sambista carioca já cantou por todo o Brasil, interpretando com maestria: samba-enredo, samba-canção, samba-de-roda, bossa-nova, coco, jongo, baião e ijexá. Participou da gravação e produção do clipe da música “Pra matar preconceito”, lançado em 2016, que em 4 dias teve 50 mil visualizações. É cantora do Bar Carioca da Gema, tradicional casa de samba da Lapa – Rio de Janeiro, e lugar onde inaugura o seu projeto Roda quem é de gira. Participou do musical Primavera das Mulheres. Faz participações especiais em shows, gravações e rodas de samba, além de fazer parte dos grupos Vibra Negra Voz e É Preta.

SAMARA LÍBANO começou seus estudos frequentando a Escola de Música da AMC, na Baixada Fluminense, local onde atualmente trabalha como professora. Participou das gravações do primeiro disco do Grupo de Choro da AMC, com o qual também se apresentou em Paris, na sede da ONU, e em diversas outras apresentações. Violonista 7 cordas, também acompanha sambistas e frequenta Rodas de Samba na baixada e no Rio de Janeiro.

YASMIM ALVES é Natural de Minas Gerais, aonde começou seus estudos musicais, Yasmin Alves é cavaquinista, compositora e arranjadora. Atua em casas importantes do Rio de Janeiro acompanhando nomes da nova geração e já esteve no palco com figuras de destaque da música brasileira como: Sandra de Sá, Elza Soares, Tia Surica, Luciana Rabello e Nei Lopes. É musicista de grupos que fazem parte da resistência feminina no samba como a roda Afrodite e o EP “ÉPreta”, aonde participou gravando cavaquinho e bandola. Em 2017 gravou sob sua direção, o single Rio ou Oceano (Yasmin Alves e Di Caprio) interpretada por Makley Mattos e foi selecionada como uma das compositoras do Festival Sonora- Ciclo Internacional de compositoras que aconteceu durante o mês de setembro no Rio de Janeiro.

O trabalho é realizado através do edital #RetomadaCultural, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e daLei Aldir Blanc.

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