Tôrta materializa ansiedade em videoclipe

 em música
Artista paulista estreia projeto solo esbanjando otimismo em meio às pressões cotidianas

May Manão, guitarrista da banda Crime Caqui e ex-Senoma, estreia como Tôrta, embarcando sozinha pelo synth pop em “Ai, esse dia”. O clipe, dirigido e concebido pela mesma, ilustra sua nova composição, produção, synths e voz.

Essa é a primeira de três faixas que Tôrta prepara para o lançamento do EP, ainda sem nome, com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2020. May conta que a faixa surgiu em meio a um momento de ansiedade, enquanto estava aflita, com dificuldade para compor:

“Tudo que eu escrevi não estava bom o suficiente (risos). Então resolvi falar sobre as sensações destes dias, em que parece que o mundo vai acabar, as coisas não funcionam como você planeja, com um monte de ideias, mas sem conseguir focar em nada. E então tudo resulta num grande branco, que me inspirou a ideia para o clipe. O vídeo tem uma construção baseada no ciclo que percebi nas minhas crises, e leva uma mensagem, até otimista, de que tudo se dissipa”, confessa a cantora.

Foto: Reprodução/YouTube

Suas influências musicais são mulheres produtoras e compositoras, tais como Björk, Austra, Grimes e Caterina Barbieri. Com este background, o Tôrta surge como uma forma de chegar em mais pessoas, criar conexões por meio da arte:

“Este é mais um dispositivo que se introduz como uma forma de nos resguardarmos de tudo que vem acontecendo e nos acometendo, seja no cenário político, ou com a nossa saúde mental. Precisamos falar sobre essas coisas, e a música é um meio de mediar esse diálogo”, finaliza May.

May Manão é também formada em Rádio e Tv pela Universidade Anhembi Morumbi e em Produção Audiovisual pela Etec Jornalista Roberto Marinho. Lésbica, ativista, musicista, feminista, cinéfila; vê na arte uma forma de expor idéias que possam transformar o mundo num lugar melhor. Dirigiu curtas como: Alô (2014), Stella (2014), e o média metragem Menarka (2015), que conta a história se uma gangue de drag queens negras.

A ficha técnica do clipe, além da concepção e montagem de May Manão, inclui direção de arte e figurino, de Samyra Oliveira, direção de fotografia e cor de Renata Pegorer, Still e produção de MF, e maquiagem por Gabs Rocha e Ana Malaxoski.

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