Tradicional Batalha do Real reúne MCs campeões de rodas culturais este mês na Lapa

 em música

Batalha do Real, considerada a primeira batalha de rimas do país, acontecerá no próximo dia 26 no Ganja Bar, na Lapa, bairro onde nasceu, cresceu e deu origem também à Liga dos MCs

Começa no  dia 26 da famosa e tradicional Batalha do Real (BDR), que este ano completa 16 anos deste a primeira, em 2003. A festa do rap carioca acontecerá no Ganjah Lapa, bairro onde nasceu, cresceu e deu origem também à Liga dos MCs, além de inspirar Criolo a criar a Rinha dos MCs, em São Paulo.

Além da premiação para o MC ganhador da Batalha do Real no valor de R$ 500, a Roda Cultural que tiver classificado o vencedor também leva R$ 300.

“A Batalha do Real é um grande rito de passagem. É onde o novo MC testa as rimas e é testado pelo público. A batalha ajuda os jovens a afirmarem o talento, o carisma e a fazerem o próprio nome na cena. É um projeto de integração, mobilidade, expansão e valorização de territórios, revitalização e ocupação de espaços públicos, por meio dos elementos da cultura hip-hop”, conta Aori Sauthon, um dos criadores da Batalha do Real, página da BDR.

LEIA TAMBÉM: Rodas culturais ocupam as ruas e viram espaço de resistência do hip-hop

As seletivas para definir os 16 participantes começaram no último sábado na Batilha no Gogó, na Pista de Skate do Cocotá, na Ilha do Governador. Dela, saiu o primeiro MC que participará da Batalha do Real, o Jamal. Confira no fim da postagem as outras seletivas.

A BDR contará com shows dos grupos LadoA (abertura) e ADL MC’s (Além da Loucura). A batalha será apresentada pelo mestre de cerimônias IzaacZO e com beats originais do produtor e beatmaker MrBreak.

Jamal, primeiro classificado para a Batalha do Real, após vencer a Batilha no Gogó, na Ilha | Divulgação

As batalhas são realizadas no formato um contra um, o tradicional mata-mata. Cada MC tem dois rounds de 45 segundos para fazer suas rimas, no esquema de desafio no qual um MC responde ao outro. A regra não permite rimas com cunho xenofóbico, homofóbico, contato físico ou ofensas ao apresentador e ao DJ. O vencedor é sempre escolhido pelo público presente.

A Batalha do Real foi criada em 2003 por Aori e seus companheiros do coletivo Brutal Crew na Lapa. As primeiras apresentações aconteciam na sinuca do número 73 da Rua Riachuelo, no boêmio bairro. Com 16 participantes, a inscrição custava R$ 1 e o vencedor levava o “bolinho” de verdinhas para casa. Ou gastava com a galera na sinuca mesmo.

Nomes como MC Marechal, Maomé (Cone Crew Diretoria), Funkero, Filipe Ret surgiram na BDR. Lançada no mesmo ano, a Liga dos MCs, desdobramento a nível nacional da Batalha do Real, recebeu MCs que também despontaram em seguida, como o paulistano Emicida.

Thorment na Batalha do Real | Divulgação

Confira as seletivas

1. Batilha no Gogó (Cocotá): Vencedor Jamal
2. Batalha 2 Crias (Cidade de Deus): 08/01
3. Roda de Três Rios: 11/01
4. Batalha da Liberdade (Vila Kennedy): 12/01
5. 5 Marias (Guaratiba): 12/01
6. Cardoso (Laranjeiras): 17/01
7. Inflowência: 17/01
8. Mandela (Manguinhos): 18/01
9. Parque União (Maré): 18/01
10. Bonsucesso: 19/01
11. Favela tem voz: 9/01
12. Bilac: 24/01
13. Mesquita: 25/01

Definindo data

14. Trindade
15. Maria Paula
16. Raul Cortez

VEJA MAIS: Retrospectiva Pitaya Cultural – Os melhores raps nacionais de 2018

Carrega em seu DNA a Lapa, região boêmia onde cresceu e viveu a maior parte da sua vida. Respira a diversidade artística e cultural que também é o oxigênio do bairro de quatro letras.

Comece a digitar e pressione Enter para pesquisar